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Premiação

Saiba mais sobre o Prêmio Camões:

Origem

Criado em 1988 conjuntamente pelos governos de Portugal e do Brasil, o Camões é hoje a mais importante premiação literária em língua portuguesa.

Critérios

Anual, sua cerimônia ocorre alternadamente entre Rio de Janeiro e Lisboa (tendo ocorrido também em Salvador, em 1999) e visa a "consagrar anualmente um autor de língua portuguesa que, pelo valor intrínseco da sua obra, tenha contribuído para o enriquecimento do patrimônio literário e cultural da língua comum".

Prêmio

Ao todo, já foram premiados 24 autores. O prêmio é de 100 mil euros, pagos pelos governos dos dois países.

Vencedores

Confira quem já foi premiado:

1989 – Miguel Torga (Portugal)

1990 – João Cabral de Melo Neto (Brasil)

1991 – José Craveirinha (Moçambique)

1992 – Vergílio Ferreira (Portugal)

1993 – Rachel de Queiroz (Brasil)

1994 – Jorge Amado (Brasil)

1995 – José Saramago (Portugal)

1996 – Eduardo Lourenço (Portugal)

1997 – Pepetela (Angola)

1998 – Antonio Candido (Brasil)

1999 – Sophia de Mello Breyner Andresen (Portugal)

2000 – Autran Dourado (Brasil)

2001 – Eugénio de Andrade (Portugal)

2002 – Maria Velho da Costa (Portugal)

2003 – Rubem Fonseca (Brasil)

2004 – Agustina Bessa Luís (Portugal)

2005 – Lygia Fagundes Telles (Brasil)

2006 – José Luandino Vieira (Angola. Recusou o prêmio)

2007 – António Lobo Antunes (Portugal)

2008 – João Ubaldo Ribeiro (Brasil)

2009 – Armênio Vieira (Cabo Verde)

2010 – Ferreira Gullar (Brasil)

2011 – Manuel António Pina (Portugal)

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Dalton Trevisan significa uma opção radical pela literatura enquanto arte da palavra. Tanto nas suas incessantes experimentações com a língua portuguesa, muitas vezes em oposição a ela mesma, quanto na sua dedicação ao fazer literário sem concessões às distrações da vida pessoal e social". Assim, a ata do júri da 24.ª edição do Prêmio Camões de literatura justificava a concessão de 100 mil euros ao escritor curitibano. Prestes a completar 87 anos, no dia 14 de junho, Dalton entra para a seleta lista de dez autores brasileiros contemplados com a maior premiação de língua portuguesa desde sua criação, em 1988, junto com Jorge Amado, Lygia Fagundes Telles e João Ubaldo Ribeiro, entre outros (confira a lista completa no quadro ao lado).

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A ata foi lida na manhã de ontem pelo secretário de Estado da Cultura de Portugal, Francisco José Viegas. Os jurados – seis intelectuais, entre eles o crítico Alcir Pécora e o escritor e professor Silviano Santiago – chegaram a uma decisão unânime após duas horas de debate. De acordo com Santiago, Dalton foi escolhido por sua contribuição para a arte do conto, e afirmou ainda que o autor de Cemitério de Elefantes dá continuidade a uma tradição que vem de Machado de Assis, no Brasil, Edgar Allan Poe, nos Estados Unidos, e Jorge Luis Borges, na Argentina. "Também o escolhemos pelo modo como ele trabalha o conto a partir de uma linguagem concisa, direta, chegando a aproximar o conto de um poema em prosa e de um haicai. Além disso, o tratamento que ele dá ao fait-divers, aos pequenos acontecimentos do cotidiano, como em O Vampiro de Curitiba, faz com que ilumine os pequenos dramas do cotidiano", completou o professor emérito da Universidade Federal Fluminense, em declaração oficial. Além dele, fizeram parte do júri os professores portugueses Abel Barros Baptista e Rosa Maria Martelo, a poeta angolana Ana Paula Tavares e o historiador e escritor moçambicano João Paulo Borges Coelho.

Consagração

O prêmio Camões é mais uma consagração que chega para o escritor nos últimos meses. No final do ano passado, Trevisan recebeu seu quarto prêmio Jabuti por seu penúltimo livro, Desgracida, uma coletânea de contos e cartas pessoais publicada pela editora Record em 2010. Mais recentemente, foi homenageado com a Sala Dalton Trevisan, no Museu Guido Viaro. A sala dispõe de folhetins e cartazes de peças de teatro baseadas em seus livros, filmes roteirizados a partir de sua obra e o acervo completo de publicações literárias e números da revista Joaquim, fundada por ele em 1946.

Os escritores de Curitiba festejaram a notícia. Cristóvão Tezza, que é vizinho do autor premiado, disse que a premiação de Dalton com o Camões é "um índice da maturidade absoluta da nossa literatura". "Achei fantástico, o Dalton é uma referência obrigatória da literatura brasileira dos últimos 50 anos", completou. José Castello, vencedor do Jabuti de 2011 pelo romance Ribamar, concorda: "Ele é o grande contista da literatura brasileira. Se por um lado as obras mais recentes dele não guardam o brilho da sua época de maturidade, a parte mais importante da obra do Dalton é de uma grandeza inquestionável, e como o prêmio é dado pelo conjunto da obra, é mais do que justo".

Conhecido por ser um autor avesso a entrevistas, fotografias e aparições públicas, é muito pouco provável que Dalton apareça para receber o prêmio em Lisboa. De acordo com a assessoria de imprensa da Record, o escritor foi informado, mas não se pronunciou.

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