Em sua primeira turnê solo pela América do Sul, o violinista alemão David Garrett se apresenta no Teatro Positivo nesta quarta-feira (22), às 21h15.
Considerado um prodígio do violino, o músico foi o solista mais jovem a assinar com o renomado selo de música clássica Deutsche Grammophon, por meio do qual lançou seu primeiro disco em 1995 – já ao lado de um dos maiores maestros do mundo, o italiano Claudio Abbado (1933-2014), com quem gravou concertos para violino de Mozart aos 15 anos.
A apresentação do virtuose em Curitiba, no entanto, tem pouco a ver com sua carreira de solista, que inclui uma recente gravação de concertos de Brahms e Bruch com Zubin Mehta e a Orquestra Filarmônica de Israel.
O desafio está em fazer o violino soar no arranjo, torná-lo interessante, novo e fresco também para as pessoas que conhecem a peça original. É mais que ser apenas um intérprete
Garrett vai se apresentar com a banda que o acompanha há quase uma década no projeto crossover que começou depois de anos vivendo nos Estados Unidos, onde completou sua formação musical. Ao lado de dois guitarristas, um tecladista, um baixista e um baterista, o músico, alternando entre momentos de virtuosismo e lirismo, faz releituras de hits do rock e do pop ao violino e veste peças clássicas em roupagem pop.
Assim, o repertório vai de Beethoven e Mozart a Metallica, passando por Nirvana, ABBA, Bon Jovi, Coldplay, Miley Cyrus e “Tico-Tico no Fubá” (de Zequinha de Abreu).
“Gosto de tocar boa música em geral. Pode ser clássica ou de qualquer outro gênero. Se for boa, vou gostar de tocar”, diz Garrett, em entrevista por telefone para a Gazeta do Povo. “Gosto de dizer que também há música clássica ruim. Ela não é perfeita.”
Teatro Positivo – Grande Auditório (R. Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300), (41) 3317-3283. Dia 22, às 21h15. Ingressos entre R$ R$156 (meia) e R$ 606, de acordo com o setor. Mais informações no Guia.
O músico diz que a abordagem crossover pode ser bastante desafiadora. “Quando toco música clássica sou mais um intérprete. Mas quando se trata de fazer material crossover, em primeiro lugar tenho que achar uma música que eu goste de ouvir. Depois, descobrir como posso fazê-la funcionar para o meu instrumento. Então, o desafio está em fazer o violino soar no arranjo, torná-lo interessante, novo e fresco também para as pessoas que conhecem a peça na versão original. É muito mais que ser apenas um intérprete”, conta.
Perguntado sobre como lidou com a fama de prodígio na infância, Garrett diz que não tinha ideia do que rótulo significava. “Mesmo neste momento da minha vida eu ainda não sei o que isso quer dizer”, afirma. “Sou alguém que trabalhou duro desde cedo. Acho que a palavra prodígio não significa nada para mim.”
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