A obra “Rebento”, também de Gilvan Nunes: diálogo entre a pintura tradicional com novas tecnologias| Foto: Reprodução

Curitiba poderá ver de perto trabalhos de 16 criadores importantes da arte contemporânea brasileira, em uma mostra coletiva na SIM Galeria. O local, inaugurado na última quinta-feira, expõe desde ontem obras que reúnem fotografia, esculturas e colagens.

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A curadoria é do crítico de arte Fernando Cocchiarale, que foi diretor do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM por sete anos e é professor na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, também no Rio. Foram escolhidos os artistas: Bruno Vieira, Cassio Vasconcellos, Claudio Edinger, Delson Uchoa, Eliane Prolik, Gilvan Nunes, Gonçalo Ivo, Gustavo Speridião, João Machado, Juliana Stein, Kboco, Leda Catunda, Paolo Ridolfi, Paulo Pasta, Rafael Alonso e Tiago Tebet.

Segundo a proprietária da SIM Galeria, Laura Simões de Assis, que idealizou o espaço junto com o irmão gêmeo, Guilherme, a escolha dos artistas foi feita pela trajetória – todos têm carreiras consolidadas – e por realizaram trabalhos contemporâneos, que são foco da galeria. "Como o meu pai (Waldir Simões de Assis, dono da tradicional galeria Simões Assis) trabalha com modernistas, optamos por dar espaço a outra vertente artística, além de abrir espaço para artistas paranaenses e curitibanos". Eliane Prolik, Juliana Stein e Paulo Ridolfi são os representantes estaduais da mostra.

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Nas obras de fotografia, um dos destaques é o fotógrafo Claudio Edinger. Com 13 livros publicados, entre eles Chelsea Hotel (Editora Abbeville Press), e participações em exposições coletivas no Centre Georges Pompidou (França) e na Photographer´s Gallery (Inglaterra), ele apresenta na mostra imagens de um trabalho que vem realizando sobre a região serrana de Santa Catarina. "Tenho ascendência alemã e decidi percorrer a região. Morei fora do país por 20 anos e procuro, nos meus trabalhos, buscar o que é ser brasileiro." Seus trabalhos têm como marca estabelecer contrapontos entre as regiões – antes de Santa Catarina, fotografou o sertão baiano. "Certos lugares são quase como outro país", acredita Edinger.

Tecnologia

O artista mineiro Gilvan Nunes, que foi aluno de Daniel Senise e Hilton Berredo, mostra na exposição trabalhos que vão desde a tradicional pintura à óleo até desenhos que o artista faz em seu iPad, impressos em plastic graphic, uma espécie de acrílico transparente.

A tela "Rebento" significa, segundo Nunes, uma natureza inventada por ele mesmo, com mistura de 30 cores diferentes. Apesar da formação tradicional, ele acredita que aproximação com a tecnologia na arte é inevitável. "É impossível não dialogar com as novas ferramentas".

O uso do iPad, no entanto, veio por acaso, após comprar o aparelho e baixar aplicativos que permitiam os desenhos. "Nisso, descobri que a criação dessas imagens se aproximava muito da pintura em tela. Mas não deixam de ser dois meios completamente diferentes. Esse confronto e diálogo é bom, pois ambas as técnicas são fortes e passíveis de transformações."

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Serviço

A Mostra Coletiva da SIM Galeria fica em cartaz até agosto. De 3ª a sáb., das 10 às 19 horas. Entrada franca. Todas as obras estão à venda.