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Cilada.com: filme não transporta para o cinema o humor ácido visto na série de tevê | Divulgação
Cilada.com: filme não transporta para o cinema o humor ácido visto na série de tevê| Foto: Divulgação

O desafio de trazer para os cinemas uma série bem-sucedida como Cilada, que após seis temporadas no canal pago Multishow ainda mantém boa audiência com reprises, é sempre o mesmo: fazer com que o longa, ao fim de sua exibição, não deixe a impressão de que o espectador assistiu a um episódio de tevê esticado. A boa notícia é que Cilada.com (confira trailer, fotos e horários das sessões; atenção à data de validade da programação em cinza), que estreia hoje nos cinemas, não passa essa impressão. A má notícia é que, da mesma forma, o longa não transporta o humor ácido e inteligente da série – o que ela tinha de melhor – para as telas.

O roteiro, assinado por Bruno Mazzeo e Rosana Ferrão, com colaboração do diretor José Alvarenga Júnior e de Marcelo Saback, foi declaradamente escrito para atrair o público jovem. O sufixo ".com" no título remete à grande cilada em que Bruno, o protagonista vivido por Mazzeo, se mete. Após se sentir humilhada pela traição do rapaz, Fernanda (Fernanda Paes Leme) divulga na internet um vídeo de sexo dos dois. Constrangido – principalmente por conta de sua performance –, Bruno passa então por uma série de situações, enquanto tenta limpar seu nome e reconquistar a ex-namorada.

O elenco faz um bom trabalho. Mazzeo consegue transportar o carisma de seu mau-humorado personagem, enquanto Fernanda parece à vontade no papel de namorada ciumenta e vingativa. Thelmo Fernandes e Augusto Madeira ganham mais profundidade em seus personagens, respectivamente, Gerson e Sandro, amigos de Bruno e únicos, além dele, que também estão presentes na série. Mas o destaque mesmo é do carismático Serjão Loroza, que na pele do cineasta Marconha, rouba a cena em quase todas as sequências que aparece. Carol Castro e Fabiula Nascimento fazem participações tímidas.

Se dependesse apenas dos atores, o longa certamente não seria uma cilada. Enquanto no seriado o humor surge como consequência das pequenas ciladas que Bruno enfrenta em situações normais do cotidiano, como ir ao shopping ou enfrentar o fim de um relacionamento, Cilada.com segue por um outro caminho. Apostando no humor pastelão, com uma infinidade de cenas besteirol e abusando de palavrões, o filme tenta forçar o riso a partir de situações bizarras, em alguns momentos desconexas e apelativas. Para Alvarenga, entretanto, a produção foi uma oportunidade de experimentar um humor que não tem espaço na tevê. "Piadas do Cilada.com nunca existiriam na televisão", diz o diretor. Ainda bem.

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