Há quem discorde que o cantor e pianista britânico Jamie Cullum seja "o mais novo fenômeno do jazz mundial". Até porque seu repertório, bastante eclético, não se resume ao gênero musical de origem norte-americana, indo de Jimi Hendrix a Cole Porter, passando por Radiohead e Beach Boys, com direito a composições próprias.
Rótulos à parte, o rapaz, que tem 27 anos, uma namorada curitibana e arranha o português, muito mais do que "um Frank Sinatra de tênis" outro dos adjetivos cunhados pela mídia internacional , é integrante de uma geração de cantores, como Michael Bublé, Madeleine Peyroux e Diana Krall. Todos esses artistas buscam, cada um a sua maneira, dar uma roupagem contemporânea à tradicional e um tanto romântica função de crooner. As altas vendagens e os espetáculos com casa cheia desses cantores mostram que se trata de uma tendência consolidada.
Cullum, graças a sua ligação sentimental com o país, sempre quis se apresentar por aqui. Chegou a hora: inicia dia 2 de setembro, sábado próximo, no Teatro Guaíra, sua turnê brasileira, que deve englobar o repertório de seus dois álbuns Twentysomething (um dos álbuns de jazz mais vendidos no Reino Unido) e Catching Tales ambos lançados no Brasil.
Para muitos jovens de sua geração, Cullum é uma exceção, um saudosista, que deve ter ouvido muito os discos dos pais e avós. Verdade, mas apenas uma visão simplista de quem seja o artista.
Cullum tocava guitarra na adolescência, gostava (diz ainda gostar) de Nirvana, Red Hot Chili Peppers e Rage Against the Machine. Portanto, não era nem um pouco diferente de milhões de garotos de sua geração. Talvez por conta dessa formação pouco ortodoxa, que seja difícil categorizar sua música.
Acusar Cullum de ser "apenas um intérprete de covers", no entanto, é um julgamento apressado, senão desatualizado. É verdade que o enorme sucesso de Twentysomething, que vendeu 3 milhões de cópias graças à identificação do público um repertório já conhecido. Mas Catching Tales não é um álbum com "músicas para cantar junto" e traz um número maior de composições próprias.
O grande charme de Cullum, e talvez a explicação para sua popularidade junto ao público mais jovem, é o despojamento, o perfil mais pop, de sua apresentações. Ao contrário do canadense Michal Bublé, que se aproxima mais do modelo glamouroso do cantor de jazz, à la Sinatra ou Tony Bennett, Cullum prefere tênis, casaco de couro e jeans rasgado. Agora poderemos vê-lo de perto.
Serviço Jamie Callum. Dia 2 de setembro. Teatro Guaíra (Pça. Santos Andrade, s/n.º), (41) 3304-7900. A R$ 200 (platéia), R$ 150 (1.º balcão) e R$ 100 (2.º balcão), os ingressos já estão à venda na bilheteria do teatro e pelo Disk Ingressos: (41) 3315-0808. Estudantes com carteirinha e pessoas com mais de 65 anos pagam meia entrada.
Julgamento do Marco Civil da Internet e PL da IA colocam inovação em tecnologia em risco
Militares acusados de suposto golpe se movem no STF para tentar escapar de Moraes e da PF
Uma inelegibilidade bastante desproporcional
Quando a nostalgia vence a lacração: a volta do “pele-vermelha” à liga do futebol americano