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| Foto: Image Comics/Image Comics

Em seu 25º aniversário, a missão da Image Comics permanece a mesma.

A editora de revistas em quadrinhos fundada em 1992 por Rob Liefeld, Erik Larsen, Jim Lee, Whilce Portacio, Marc Silvestri, Todd McFarlane e Jim Valentino, ainda se orgulha de ser um lugar para o qual escritores e artistas podem ir para tomar posse de suas imaginações.

Image Comics nasceu parcialmente das frustrações que seus fundadores sentiram quando se deram conta de que nunca teriam os direitos sobre novos personagens que criassem em uma grande editora de quadrinhos como a Marvel ou a DC. Artistas como McFarlane, Liefeld, Lee e Silvestri tinham muitos seguidores e estavam confiantes que seus fãs os seguiriam para os títulos que criassem na Image.

“Todo mundo que publica pela Image é dono e tem controle de seu trabalho, assim como os fundadores da Image quando começaram a empresa”, disse o editor da Image Eric Stephenson ao Washington Post.

A promessa de “criatividade desenfreada” é o que Stephenson diz que manteve os fãs fiéis à Image Comics ao longo dos anos.

“Se você olha para algo como ‘Saga’, de Brian K. Vaughan e Fiona Staples, nada naquela série está sendo filtrado por outra pessoa – é a visão pura e não diluída de Brian e Fiona sobre o que eles querem que ‘Saga’ seja”, disse Stephenson. “Não há editor lhes dizendo para reduzir o tom dessa cena ou talvez cortar aquela cena – exatamente o que Brian e Fiona querem é o que está nos quadrinhos. Isso vale para todos os nossos títulos, e acho que é algo a que os leitores respondem muito positivamente.”

The Walking Dead

Talvez a maior conquista da Image Comics seja “The Walking Dead”, criada por Robert Kirkman, um dos sócios da editora desde 2008. Stephenson diz que “The Walking Dead” mostrou aos criadores de histórias em quadrinhos quão grande podia se tornar algo que eles criaram e que a série abriu as portas para algumas das séries mais populares da Image.

“Sem ‘The Walking Dead’ nunca teria havido ‘Saga’. ‘Bitch Planet’, de Kelly Sye DeConnick e Valentine DeLandro, não estaria aqui hoje, ou ‘The Wicked + The Divine’, de Kieron Gillen e Jamie McKelvie, ou ‘Deadly Class’, de Rick Remender e Wesley Craig – a lista continua e continua”, disse Stephenson. “O sucesso desenfreado de ‘The Walking Dead’ realmente contribuiu para isso e tornou possível que criadores com visões ainda mais ambiciosas levassem as coisas para o próximo nível a partir dali.”

A Image Comics lançou a 163ª edição de “The Walking Dead” como uma edição de 25 centavos para celebrar seu aniversário de prata, o qual está chamando de Dia da Image.

Mais adaptações dos quadrinhos para live-action vão eventualmente chegar aos cinemas. “Wytches”, de Scott Snyder e Jock foi encampado pela Plan B Entertainment, a produtora de Brad Pitt. “Descender”, de Jeff Lemire e Justine Nguyen, teve os direitos adquiridos pela Sony.

“Toda vez que a aquisição dos direitos de algo é anunciada, há um pico nas vendas, então se há um filme de ‘Descender’ ou ‘Wytches’, se ‘East of West’ vira um programa de TV, ou ‘Plutona’, ou ‘Reborn’, então isso é boa notícia para todo mundo”, disse Stephenson.

Novos super-heróis

Muitas das séries de quadrinhos originais que saíram da estreia da Image nos anos 90 foram consideradas a próxima geração de super-heróis. “Spawn”, de McFarlane, “Savage Dragon”, de Larsen, “Youngblood”, de Liefeld, todas tiraram vantagem da ampla base de fãs que seus criadores tinham construído quando trabalharam na Marvel. McFarlane e Larsen eram dois dos mais populares artistas do Homem-Aranha no começo dos anos 90 e Liefeld ficou famoso desenhando “X-Force” e co-criando o atual super-herói queridinho de Hollywood Deadpool.

Stephenson diz que super-heróis ainda são muito populares na indústria dos quadrinhos, mas conforme o perfil dos leitores se transformou, a Image estava pronta para a mudança.

“Escritores e artistas se deram conta de que praticamente não há limites para o que eles podem fazer nos quadrinhos, e isso é uma das partes mais entusiasmantes de se trabalhar aqui na Image – não há um padrão”, disse Stephenson. “Se você olha para algo como ‘Sex Criminals’, de Matt Fraction e Chip Zdarsky, no qual os protagonistas podem parar o tempo quando fazem sexo e usam esse poder para roubar bancos, é bem claro que não tinha como termos pedido para Matt e Chip proporem isso, sabe? As propostas de séries mais interessantes são frequentemente as mais absurdas – as coisas que não podíamos sequer começar a imaginar que seriam propostas.”

Em uma era em que Marvel e DC renumeram seus títulos quando começam uma série nova, a Image Comics não o faz. Essa é a razão por que tem algumas das séries com o maior número de edições nos quadrinhos – “Spawn” está se aproximando da edição nº 300.

“É uma espécie de erro, porque cria falsa demanda e mesmo uma análise superficial dos padrões de vendas mostra que não ajuda a série a longo prazo, o que tem um efeito danoso sobre as vendas de quadrinhos em geral”, diz Stephen a respeito da tendência popular na indústria de ficar recomeçando as séries. “Confunde qualquer um que seja novo nos quadrinhos, e a mensagem que transmite aos fãs de longa data é que nada é permanente e que jogadas de marketing são mais importantes do que boas histórias.”

(“Action Comics” e “Detective Comics” recentemente voltaram à sua numeração original na DC conforme ambos os títulos se aproximavam do marco da milésima edição.)

Mudança constante

Enquanto Lee agora é coeditor e ainda cria arte para a DC, muitos dos fundadores permanecem na Image. McFarlane, Larsen e Valentino permanecem sócios ao lado do recentemente nomeado Kirkam. Liefeld e Portacio não são mais sócios, mas continuam a trabalhar com a Image eventualmente.

Para os próximos 25 anos, Stephenson espera mais do que alimentou a Image ao longo dos anos: constante mudança.

“Minha maior esperança é que os quadrinhos mudem tanto ao longo dos próximos 25 anos que qualquer um lendo quadrinhos hoje ficaria chocado. Não sou um grande fã de complacência e penso que qualquer forma comercial de arte precisa mudar constantemente, constantemente reinventar a si mesma, para permanecer vital”, disse Stephenson. “Então espero que a geração de criadores se formando hoje e no futuro olhe para o meio e decida transformá-lo em algo novo.”

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