Mariana Velho em desfile do estilista Samuel Cirnansk: um dos poucos trabalhos da ex-modelo| Foto: G1

Ela derrotou mais de 1,7 mil garotas que sonhavam com o título de "a próxima top model do Brasil". Mas a vitória no reality show Brazil’s next top model – que nesta quinta-feira (4) entra na segunda temporada no canal Sony – não abriu as portas do mundo da moda para a santista Mariana Velho, 20 anos.

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Quase um ano após vencer a disputa, a "próxima top model brasileira" está mais interessada em concluir a faculdade de Direito do que seguir os passos de Gisele Bündchen.

"Ser advogada sempre foi meu 'plano B'. Pensei que minha vida mudaria com o programa, mas o prêmio foi uma decepção", diz a morena, atual caloura da Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação (Esamc) de Santos.

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Além de estrelar a capa da revista "Elle", o prêmio prometido à vencedora era um contrato de quatro anos no valor de R$ 200 mil com a agência Ford Models – uma das mais prestigiadas do ramo. No entanto, Mariana se recusou a assiná-lo.

"O contrato era cheio de cláusulas absurdas. Uma delas dizia que eu seria obrigada a pagar multas altíssimas caso engordasse ou recusasse testes", conta Mariana. "Quem consegue viver com um pesadelo desse nas costas?", indaga.

A ex-modelo diz ter feito poucos trabalhos durante o mês em que foi agenciada pela Ford. "Desfilei para duas grifes na São Paulo Fashion Week e só. O acordo não me dava garantia nenhuma, só ameaças de multas que eu nem poderia pagar."

A assessoria de imprensa da Ford Models não se pronunciou sobre as críticas da ex-modelo. Já o canal Sony informou não ter conhecimento sobre as cláusulas contratuais da Ford e que "apenas se preocupa em garantir os melhores prêmios para a vencedora da atração, como a entrada na maior agência de modelos e a capa da melhor revista de moda do país".

Mariana diz ter sofrido com a decisão de não assinar o contrato. "Foi como abrir mão de um sonho".

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Apesar da desilusão com o meio fashion, a morena não se arrepende de ter participado do reality show. "Aprendi muita coisa bacana. Os dias de confinamento com as outras concorrentes me tornaram uma pessoa mais tolerante", conclui. "Torço para que a vencedora desta nova temporada faça sucesso e que tenha direito a um contrato mais justo".

A outra Mariana

Apesar de não ter conquistado nem o bronze na disputa, a catarinense Mari Richardt, 22 anos, ainda colhe os frutos de sua participação no "Brazil’s next top model". Quarta colocada, a loira viu sua carreira decolar após a eliminação por ser considerada "arrogante" pelos jurados da atração.

"O tema é o mundo fashion, mas o programa é um reality show. Cada uma das concorrentes desempenhava um papel e o que eles escolheram para mim foi o da garota metida", avalia Mari, atualmente agenciada pela Ford.

Além de desfilar para algumas grifes na SPFW, a catarinense foi escalada para campanhas das grifes Chanel e Lacoste em São Paulo, fez vários comerciais de TV, virou garota-propaganda de uma marca de roupa jovem e posou para diversos editoriais. Esta semana a bela se prepara para desfilar "fashion week" de Milão, que acontece no fim do mês.

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Mari conta que antes de ser selecionada para o "Brazil’s next top model" estava quase desistindo das passarelas. "Desde os 15 anos eu tentava emplacar e nada. Trabalhava em uma agência de modelos que não era séria", relembra.

"A gota d’água foi quando me mandaram para um teste de um comercial de xampu e o dono disse que só me daria a campanha se eu saísse duas vezes com ele."

Segundo a modelo, participar do reality show lhe trouxe a oportunidade de estar perto de profissionais conceituados do ramo. "Foi como avançar dez fases do jogo. Eu demoraria anos para ter a oportunidade de mostrar meu trabalho para pessoas como o Pazzeto e o Dudu, por exemplo", diz a jovem citando o diretor de cena Carlos Pazzeto e o estilista Dudu Bertholini.

No entanto, Mari não tem a ambição de ser a "próxima top model do Brasil". "Gisele é Gisele, acho difícil alguém alcançar o patamar dela."