São Paulo - Com a febre dos CDs no começo dos anos 1990, os discos de vinil foram caindo em esquecimento até virarem, basicamente, peças de museu. Na virada do século, foi a vez de o CD ser deixado de lado em prol do MP3 o que fez a indústria fonográfica entrar em colapso.
Quem se beneficiou com isso foi o bom e velho bolachão. Em alta na Europa desde o começo dos anos 2000, o vinil vem, gradualmente, reconquistando o público brasileiro. E uma cartada definitiva está prestes a ser dada pela gravadora Deckdisc.
Depois de relançar os principais artistas do seu elenco em vinil Pitty, Nação Zumbi, Cachorro Grande e Fernanda Takai , ela agora aposta nos medalhões da música brasileira.
Com o selo Clássicos em Vinil, a Deck pretende colocar no mercado 13 álbuns em LP até o final do ano, todos licenciados das grandes gravadoras. "As condições econômicas não são vantajosas, nem poderiam ser, porque não podemos aumentar mais o preço dos vinis [cerca de R$ 75]. Mas, emocionalmente, as vantagens são enormes. Veja pelos títulos, orgulha-se João Augusto, presidente da Deckdisc.
Mês passado, o selo lançou o histórico Africa Brasil, de Jorge Ben e o marco do rock nacional Nós Vamos Invadir Sua Praia, da banda Ultraje a Rigor. Até o final do ano voltam ao mercado no formato original os discos Tábua de Esmeralda (Jorge Ben); os raros Todos os Olhos e Estudando o Samba (Tom Zé); os dois primeiros trabalhos da banda Secos & Molhados; os best sellers Cabeça Dinossauro e Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas (Titãs), entre outros.
Todos os discos da série terão edição limitada e serão produzidos com 180 gramas de vinil. Os áudios foram remasterizados dos tapes originais, assim como as artes também reproduzem o projeto gráfico original.
Formato do futuro
O fato de a atual safra de lançamentos em vinil ser colhida por uma só gravadora tem motivo. A Deckdisc é dona da única fábrica de discos do formato do Brasil, a Polysom, localizada em Belford Roxo, no Rio.
Esta já era a última remanescente no ramo, nos anos 1990 e, após a sua falência, em 2008, foi comprada e reformada pela Deck. Além dos lançamentos mencionados acima, a gravadora tem usado as instalações para produzir compactos de novos artistas que fazem parte do seu outro selo, Vigilante.
E as novidades não param por aí. A Deck promete realizar todos os próximos lançamentos em CD e vinil. "Exatamente como acontece lá fora, afirma João Augusto. Uma outra meta é terceirizar a fábrica para que qualquer gravadora possa lançar seus próprios títulos em vinil.
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