Seis anos depois de realizar um dos maiores shows de sua carreira, durante o Rock in Rio de 2001, o quinteto de metal californiano volta ao Brasil para uma única apresentação neste sábado (10), em São Paulo, no Via Funchal. O show é parte da turnê de divulgação de "Saturday night wrist", quinto e recém-lançado álbum de estúdio do grupo, formado por Chino Moreno, nos vocais, Stephen Carpenter, na guitarra, Chi Cheng, no baixo, Abbe Cunningham, na bateria, e Frank Delgado, nos toca-discos.
Parte da incensada cena "nu-metal" de meados da década de 90, junto com nomes como Korn, Tool e Linkin' Park, o Deftones conseguiu sobreviver ao hype e segue fazendo uma mistura de rock pesado com elementos de hip hop e música eletrônica que continua a confundir os críticos. Um dos principais responsáveis por essa alquimia sonora é o DJ Frank Delgado, 36 anos, que falou por telefone ao G1 sobre as expectativas da banda para o show. Leia a seguir trechos da entrevista:
G1 - Vocês acabam de lançar um disco novo. Qual será o peso dele no repertório do show?Frank Delgado - Vamos tocar um pouco de todos os álbuns. Temos tocado muitas faixas de "Saturday night wrist" durante a turnê, pelo menos umas cinco ou seis por apresentação. Os fãs podem esperar um grande show do Deftones. Temos nos divertido muito nesses últimos meses.
G1 - O Deftones foi uma das atrações do Rock in Rio, que reuniu centenas de milhares de pessoas em 2001. Quais são as suas lembranças desse festival?Frank - Meu Deus, foi uma experiência incrível! Já tinha ouvido falar, lido sobre, mas nada poderia me preparar para aquilo: me lembro que não conseguimos deixar o lugar sem ser de helicóptero. É algo sobre o que conversamos até hoje.
G1 - Depois de anos trabalhando com Terry Date, vocês decidiram chamar Bob Esrin para produzir "Saturday night wrist". Como isso influenciou na sonoridade do disco?Frank - Este é um disco que não foi gravado em um único estúdio, sob as mesmas condições. Foram sessões diferentes. E isso afeta o som do disco. Trabalhar com o Bob também foi diferente. Tivemos de nos acostumar com um outro processo. Bob nos incentivou a testar coisas novas, que talvez não tivéssemos feito não fosse por ele. Mas, mesmo com tudo isso, definitivamente achamos que continua a ser um disco com a cara do Deftones.
G1 - Quanto tempo levaram para gravar tudo?Frank - Muito tempo. Passamos um ano e meio criando as músicas, e depois mais um ano para gravar.
G1 - Na segunda metade da década de 90, o "nu-metal" se tornou um fenômeno que ajudou bandas como o Deftones a estourar nas paradas. Hoje, a bola da vez é o emo e a atenção sobre vocês diminuiu bastante. Como você avalia esse novo momento?Frank - São sempre ciclos. Há sempre um novo som que aparece, e a imprensa escolhe um filão e decide como quer chamá-lo: emo, indie, o que for. E o que acontece em seguida é que as bandas que foram colocadas nessa categoria começam a imaginar que isso um dia vai acabar e só algumas delas irão sobrar. Foi isso o que aconteceu com a gente. Quando fomos classificados como "nu-metal", tudo o que podíamos fazer era gravar um álbum que desafiasse esse estereótipo, e isso foi o "White pony" (2001). Esse é o nosso trabalho. Não podemos ficar empacados em gêneros ou rótulos.
G1 - O que você tem ouvido ultimamente?Frank - O último disco que comprei foi o do TV on the Radio, que é ótimo. Gostei também do novo do Mastodon. Tem também uma banda da Suécia, The Knife... Ouço de tudo. A banda também. Desde besteiras da rádio, passando por indie, música eletrônica e velhos clássicos. Não faço discriminações.
G1 - A propósito, qual o papel da eletrônica na música do Deftones?Frank - Não diria que tenha um papel. Funciona mais como um processo, você tem cinco diferentes integrantes, cada um com suas influências, e precisa reuni-los em algo que soe original. É fácil pegar um teclado e fazer um som que se pareça com o Depeche Mode ou algo assim, mas difícil é juntar elementos de hip hop, electro e criar um som do Deftones. Estamos ficando bons nisso. O importante é não ter medo de brincar com brinquedos diferentes, não ter medo de usar um teclado com uma guitarra, ou um sampler quando preciso. A eletrônica não tem um único papel, mas ela ajuda a criar novas sonoridades.
G1 - À parte o Deftones, você está envolvido em algum outro projeto atualmente?Frank - Agora não. Estou no mundo do Deftones.
O minério brasileiro que atraiu investimentos dos chineses e de Elon Musk
Desmonte da Lava Jato no STF favorece anulação de denúncia contra Bolsonaro
Fugiu da aula? Ao contrário do que disse Moraes, Brasil não foi colônia até 1822
Sem tempo e sem popularidade, governo Lula foca em ações visando as eleições de 2026
Deixe sua opinião