O bom momento do cinema latino-americano tem levado alguns dos seus principais diretores a extrapolar fronteiras, comandando trabalhos de porte fora de seus países de origem. Dentro dessa turma globalizada, destacam-se os brasileiros Fernando Meirelles e Walter Salles e os mexicanos Alejandro González Iñarritú, Alfonso Cuarón e Guillermo Del Toro. Os três últimos, por coincidência, apresentaram neste ano novos filmes, que concorreram a prêmios nos importantes festivais de Cannes e Veneza.
O primeiro dessas títulos a chegar ao Brasil é O Labirinto do Fauno, de Del Toro, que estréia hoje nas principais capitais do país. O filme tem co-produção do México, Espanha e EUA e representa os mexicanos na luta por uma vaga entre os concorrentes ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2007 pode ser a pedra no sapato do brazuca Cinema, Aspirinas e Urubus, de Marcelo Gomes, pois dificilmente dois latinos são selecionados para a lista final da premiação americana.
Del Toro (de Hellboy e A Espinha do Diabo) apresenta uma fábula com algumas metáforas relacionadas à situação política do mundo atual, aspecto que o aproxima dos filmes de seus compatriotas a diferença é que Cuarón ambienta seu Filhos da Esperança (previsto para a semana que vem no Brasil) no futuro; Iñarritú trabalha com o presente em Babel (estréia 19 de janeiro de 2007); e Del Toro volta ao passado, mas precisamente ao período da Guerra Civil Espanhola (anos 30), em O Labirinto do Fauno.
A personagem central do filme é a menina Ofelia (Ivana Baquero), que viaja para o interior da Espanha com a mãe Mercedes (Maribel Verdú, de E Sua Mãe Também) para viver com o padrasto Vidal (Sergi López, de Coisas Belas e Sujas), um militar de alto posto do exército franquista. Sádico e cruel, ele oprime a mulher grávida e a garota, além de perseguir os camponeses locais, para que eles denunciem os que se opõe ao governo fascista espanhol. Vidal subestima seus oponentes, imagina que é uma questão de tempo derrotá-los, mas é surpreendido pela resistência deles como uma certa potência mundial da atualidade.
Acuada no mundo real, Ofelia tem um respiro nos livros de contos de fadas que tanto aprecia. É através deles que descobre um labirinto secreto, encontrando um fauno (vivido pelo mímico Doug Jones) que lhe propõe três tarefas para que vire uma princesa e se liberte do jugo do padrasto. As viagens de Ofelia ao mundo paralelo transformam-se em um verdadeiro delírio visual ao espectador, com Del Toro apresentando um espetáculo de imagens sombrias e surreais, o ponto forte da produção, que também tem como destaque a sensacional criação de Sergi López para o vilão Vidal. GGGG
Justiça do Trabalho desafia STF e manda aplicativos contratarem trabalhadores
Parlamento da Coreia do Sul tem tumulto após votação contra lei marcial decretada pelo presidente
Correios adotam “medidas urgentes” para evitar “insolvência” após prejuízo recorde
Milei divulga ranking que mostra peso argentino como “melhor moeda do mundo” e real como a pior
Deixe sua opinião