Recital dos professores lotou a Igreja de Cristo ontem na hora do almoço| Foto: Henry Milléo/Gazeta do Povo

Música antiga

Recital na igrejinha fechou série de música barroca italiana ontem

A Igreja de Cristo recebeu ontem o último recital de meio-dia apresentado pelos professores de música antiga da Oficina de Música de Curitiba. O público lotou a igrejinha da Rua Inácio Lustosa para ver Rodolfo Richter e Nicholas Robinson (violino), Malgorzata Wojciechowska (flauta), Diego Nadra (oboé), Phoebe Carrai (violoncelo), William Carter (teorba e guitarra barroca) e Luca Guglielmi (cravo) interpretando obras de Vivaldi, Scarlatti e outros.

Quem não conseguiu entrar pôde acompanhar o concerto por meio dos alto-falantes instalados no jardim. Com entrada franca, o objetivo dos recitais é aproximar públicos diferentes, além de oferecer uma programação com caráter didático.

"Como no ano passado [que focou na música de Bach], a ideia dos concertos é termos um tema e explorarmos peças de câmara, solo, com coro, orquestra", explica Richter, que é diretor artístico de música antiga da Oficina. O tema de 2014 é a música barroca italiana. "É uma oportunidade para o público em geral apreciar um tipo de música a cada ano, conhecer seus diferentes estilos e criar suas correlações".

Os temas são inspirados nos imigrantes que formaram a cidade. Bach representou os alemães em 2013. Em 2015, o tema fará referência à cultura eslava.

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Programe-se

Orquestra Clássica da 32.ª Oficina de Música de Curitiba

Teatro Guaíra (R. Conselheiro Laurindo, s/nº), (41) 3304-7900. Hoje, às 20h30. R$ 36 e R$ 21.

Alunos ensaiam com o maestro e diretor artístico da Oficina

A Orquestra Clássica da Oficina de Música de Curi­tiba, formada por alunos do festival, se apresenta hoje, no Guairão, com regência de Cláudio Cruz e com participação dos solistas David Lefevre (violino), Artem Chirkov (contrabaixo) e Tim Hugh (violoncelo).

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Após poucas horas de ensaio, o grupo composto por músicos de idades e experiências variadas enfrenta uma obra que faz até mesmo grandes músicos tremerem, de acordo com o maestro: a Sinfonia N.º 1, conhecida como a "Sinfonia Clássica", de Prokofiev.

"As grandes orquestras morrem de medo de tocar a ‘Sinfonia Clássica’. É um grande desafio do concerto. Mas que já foi superado, assim como a responsabilidade de acompanhar os solistas internacionais", explica Cruz, em entrevista concedida logo após o ensaio da orquestra.

"Pelo que senti hoje, [os alunos] estão ótimos. Tenho certeza de que o público vai levar um susto. Será um grande impacto", promete.

Regente e diretor musical da Orquestra Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo, Cláudio Cruz diz que cobra os músicos jovens com o mesmo rigor que aplica a orquestras que rege em países como Japão, Alemanha, França e Holanda. "Por onde ando, exijo a mesma coisa. E os jovens respondem imediatamente", conta Cruz. "Acho que o jovem está aqui para melhorar. Ele quer estudar, aprender a tocar em orquestra. Está caindo a ficha de que 99% deles não vão ser solistas internacionais, e sim músicos de orquestra", explica.

O aluno de viola Everson Taborda, que participa da Oficina pela quinta vez, diz que a chance de tocar sob regência de Cláudio Cruz é especial. "Como ele é spalla da Osesp, todos têm vontade de conhecê-lo, e a experiência é incrível. A cada hora você adquire mais conhecimento e musicalidade", diz o jovem músico.

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A trompista Tayanne Sepulveda, que já toca profissionalmente na Orquestra Sinfônica Heliópolis, diz que o fato de os integrantes se conhecerem há tão pouco tempo é um desafio a mais, mas promete um concerto que não ficará devendo a apresentações de orquestras profissionais. "Se depender da dedicação de cada um, pode ser até melhor."