A descoberta sinistra dos ossos enterrados de 24 crianças mexicanas pré-hispânicos pode constituir a primeira evidência de que a antiga civilização tolteca praticava o sacrifício de crianças, disse na segunda-feira (16) um arqueólogo que estuda os restos mortais.

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Datados de entre 950 e 1150 d.C. e desenterrados em Tula, a antiga capital da civilização tolteca, ao norte da Cidade do México atual, os ossos indicam que as crianças teriam sido decapitadas em grupo.

A maneira como as crianças, que tinham entre 5 e 15 anos, foram colocadas no túmulo, e o fato de terem sido enterradas com uma estatueta de Tlaloc, o deus da chuva, também apontam para um sacrifício coletivo, disse o arqueólogo Luis Gamboa.

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"Para tentar explicar a razão de haver 24 corpos agrupados no mesmo lugar - bem, a única resposta é pensar que ocorreu sacrifício humano", disse ele.

"São visíveis evidências de incisões que nos levam a crer que possivelmente tenham sido usados instrumentos de borda afiada para decapitar as crianças."

Os toltecas foram uma civilização guerreira anterior à dos astecas, conhecida por sacrificar adultos humanos, principalmente prisioneiros de guerra, aos deuses.

Centrados na antiga cidade de Tula, situada mais ou menos a 80 quilômetros ao norte da Cidade do México, sua civilização floresceu até o final do século 12, tendo influenciado boa parte do México, desde o sudoeste dos EUA até o Golfo do México e a América Central.

Hoje Tula é conhecida sobretudo por suas temíveis estátuas de pedra de guerreiros de 4,5 metros de altura.

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Os ossos das crianças foram descobertos por acidente no final de março, quando operários de construção estavam aprofundando os alicerces de um edifício comercial em Tula, fora da zona arqueológica.

"Em termos de crianças, essa pode ser considerada uma das primeiras descobertas (na cultura tolteca)", disse Gamboa, acrescentando que as crianças provavelmente foram trazidas de outras partes do México.