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Um importante resgate de parte da história da música paranaense e brasileira, o documentário de curta-metragem "Descobrindo Waltel" é a atração desta sexta-feira (16) e sábado (17) no Teatro da Caixa, em Curitiba. O curta será exibido pela primeira vez em Curitiba e terá como acompanhamento um show do próprio Waltel após a projeção.

O documentário, dirigido pelo curitibano Alessandro Gamo, mostra a trajetória musical de Waltel Branco, 75 anos, violonista e maestro paranaense que se tornou um importante nome, mesmo que pouco conhecido, do jazz, da salsa, da bossa nova e MPB. O filme ficou entre os dez preferidos pelo público no Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo. Além disso, também recebeu os prêmios de aquisição da STV (Rede Sesc/Senai) e do Espaço Unibanco de Cinema.

"Descobrindo Waltel" é o terceiro filme de Alessandro Gamo, "o mais curto e trabalhoso", segundo ele. As filmagens foram realizadas em Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro nos meses de outubro e novembro de 2002. São entrevistas e encontros com personalidades que participaram da carreira do músico, como Sérgio Ricardo, Roberto Menescal, Durval Ferreira, Ed Motta, Sérgio Cabral e Júlio Medalha. Além disso, "foi realizado um grande trabalho de arquivo", afirma Gamo, que também segue carreira acadêmica e dá aulas na Universidade Federal de São Carlos, em São Paulo.

Um quase desconhecido

"Waltel é um músico tão excepcional, tão múltiplo, que não cabe em parâmetros", afirma Alessandro Gamo, após comentar sobre a extensa pesquisa desenvolvida para fazer o levantamento completo de todos os trabalhos do músico. Apesar disso, poucos conhecem a trajetória dessa personalidade.

O maestro já tocou com quase todos os grandes nomes da música brasileira. De Elizeth Cardoso à Elis Regina; de Gilberto Gil a João Donato; de Jackson do Pandeiro a Roberto Carlos. Foi aluno de André Segóvia, considerado o maior violonista clássico de todos os tempos. Participou do auge do jazz norte-americano e da música cubana, e há muitos anos é o arranjador oficial de João Gilberto.

Nasceu em Paranaguá, em 1929, e começou na música aos sete anos, tocando órgão. Mais tarde passou para a harpa, se formou em violoncelo e por fim abraçou o violão, instrumento que o consagrou. Um ano antes de se formar no seminário, foi para Cuba com a cantora Lia Ray, de quem era arranjador, diretor musical e violonista. Na ilha, tocou com Perez Prado, Mongo Santamaria e Chico O’Farel.

Quando Fidel tomou o poder, Waltel Branco foi para Nova Iorque, onde se envolveu com o jazz, chegando a tocar com Dizzy Gillespie. Por lá, fez curso de trilhas sonoras para cinema, o que lhe garantiu emprego na Rede Globo quando voltou ao Brasil. Foi nesse período que se envolveu com a Bossa Nova. Ficou na emissora até 1992. De volta a Curitiba, trabalhou na Fundação Cultural.

Serviço: "Descobrindo Waltel", de Alessandro Gamo, e show Alma de Passarinho, com Waltel Branco. Sexta-feira (16) e sábado (17) às 21 horas. Teatro da Caixa (Rua Conselheiro Laurindo, 280) Tel.: 3321-1999. R$ 6,00 e R$ 3,00.

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