O bombástico diretor britânico Michael Winner não tem dúvidas: para ele, seu filme "Desejo de matar" é o mais copiado da história do cinema.
- O filme continua tão novo quanto sempre foi, e as pessoas ainda o comentam nas ruas - disse Winner, referindo-se ao longa-metragem de 1974 em que Charles Bronson faz um arquiteto que decide fazer justiça com as próprias mãos para vingar-se de assaltantes que lançaram um ataque assassino contra sua família.
Aos 70 anos de idade, Winner não hesita em admitir que criou alguns trabalhos péssimos em sua carreira e que rejeitou a oportunidade de dirigir clássicos como "Operação França".
Mas ele não se arrepende de ter feito "Desejo de matar".
- Esse filme foi um divisor de águas. Era inconcebível que se fizesse um filme em que o herói matava outros cidadãos - disse ele à Reuters em entrevista para promover "Desejo de matar", que está sendo lançado em edição especial em DVD.
Um crítico certa vez ironizou, descrevendo "Desejo de matar" e suas sequências como "uma espécie de 'Feitiço do tempo' com armas", mas Winner, que levou cinco anos para conseguir que o filme fosse produzido, se gaba de que seu trabalho
- É o filme mais copiado da história do cinema. Ele rompeu barreiras que existiam desde os primórdios do cinema - disse ele. - Isso só havia sido feito antes em faroestes.
E Charles Bronson foi um ingrediente essencial do filme, no papel do justiceiro que parte para uma orgia de vingança.
Winner estava indo ao aeroporto Kennedy com Bronson depois de fazer um filme intitulado "Jogo sujo" quando perguntou "o que faremos a seguir?". Ele contou a Bronson da idéia da trama sobre uma esposa que é morta e de seu marido vingativo que parte para abater os assaltantes.
Bronson respondeu: "Eu gostaria de fazer isso".
"O que, o filme?" indagou Winner.
"Não. Atirar nos assaltantes", respondeu o ator.
- Ele tinha um rosto maravilhoso e uma atitude idem - disse Winner, falando do ator que morreu há três anos. - Charlie era ótimo para passar a impressão de um homem cheio de raiva contida, que poderia explodir a qualquer momento.
Mas Winner, hoje igualmente famoso na Grã-Bretanha pelas críticas de restaurantes que escreve no jornal "Sunday Times", não tem desejo de seguir o mesmo caminho outra vez.
Ele conta que ainda lhe oferecem a possibilidade de fazer o 23º remake de 'Desejo de matar' sob outro título.
- Não quero fazer alguma coisa só por fazer. Estou disposto a esperar. Se eu esperar até ser enterrado, será uma pena, mas fazer o quê?
Então que frase ele escolheria como perfeita para ser gravada na sua lápide, após uma carreira no cinema que abrangeu desde "Desejo de matar" até "Some like it cool", sobre os prazeres do nudismo?
O diretor não pensou duas vezes:
- Ill be back (eu voltarei).
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