A edição de 2013 do evento atraiu cerca de 7 mil pessoas às imediações da rua Paula Gomes| Foto: Walter Alves/Gazeta do Povo

"Não posso trabalhar para uma pasta cujo comandante ignorou a possibilidade de uma emenda que eu trouxe."

Magrão, dono do bar O Torto e idealizador da Quadra Cultural.

"Se o Magrão é um produtor privado, tem de agir como produtor privado. Não podemos fazer esse papel. Podemos dar apoio."

Marcos Cordiolli, presidente da Fundação Cultural de Curitiba.

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O empresário Arlindo Ventura, dono do bar O Torto e idealizador da Quadra Cultural no bairro São Francisco, ameaça desistir de organizar o evento em 2014 alegando falta de apoio de prefeitura e da Fundação Cultural de Curitiba (FCC).

Magrão, como é conhecido, acusa o presidente da FCC, Marcos Cordiolli, de se negar a apoiar uma suposta emenda parlamentar de Rubens Bueno por considerá-lo "de oposição". Cordiolli nega.

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"Em nenhum momento fomos procurados nem pelo Magrão nem pelo deputado perguntando ou nos solicitando se havia interesse da FCC ou não", diz o presidente.

A assessoria de imprensa de Bueno confirma que o deputado federal se dispôs a apoiar Magrão com R$ 100 mil durante uma reunião em setembro, mas alega que a emenda não chegou a ser feita porque não houve apresentação de um projeto do evento.

Impasse

O empresário diz que não tem verba para realizar a Quadra Cultural. O evento, realizado no primeiro sábado após o Carnaval no entorno da esquina das ruas Paula Gomes e Duque de Caxias, custaria em torno de R$ 100 mil.

Em 2013, R$ 50 mil foram destinados ao evento por meio de uma emenda da então vereadora Renata Bueno. Outros R$ 22 mil teriam sido bancados pelos lucros do empresário com vendas durante o evento, e R$ 10 mil teriam sido pagos pelo próprio Magrão.

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O empresário não conseguiu emendas ao orçamento de Curitiba na Câmara Municipal para a edição de 2014 nem foi selecionado para obter recursos via Lei de Mecenato. Apesar de a FCC ter garantido estrutura de palco e banheiros químicos, além da mediação das liberações de alvarás e nas negociações com os moradores da região que se opõem à Quadra Cultural, Magrão diz que a conta não fecha e que não está disposto a financiar o evento em mais que R$ 20 mil. "Não posso trabalhar para uma pasta cujo comandante ignorou a possibilidade de uma emenda que eu trouxe", diz. "Como eu tinha como viabilizar e não deram bola, fico na impossibilidade de fazer."

Magrão não descarta totalmente a possibilidade de o evento ser realizado caso consiga patrocínio.

"Mas não adianta eu trazer a iniciativa privada, sendo que não tenho o apoio institucional que deveria", critica o empresário, cobrando um posicionamento do prefeito Gustavo Fruet, que manifestou apoio à Quadra Cultural durante a campanha à Prefeitura em 2012. "Precisamos efetivamente de garantia", diz Magrão, ressaltando a importância do evento para a convivência dos curitibanos nas ruas e contra a degradação do São Francisco.

Para o presidente da FCC, o empresário tem condições de realizar o evento. Cordiolli avalia que a situação da Quadra Cultural de 2014 é mais cômoda que a de 2013, já que a Fundação Cultural, pela primeira vez, está garantindo a estrutura de palco – de acordo com Magrão, responsável por cerca de 50% dos gastos da última edição.

"Se o Magrão é um produtor privado, tem de agir como produtor privado. Não podemos fazer esse papel. Podemos dar apoio", diz o presidente.

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"O problema não é a prefeitura. O problema é que o Magrão ainda não conseguiu os recursos de que precisa, que, tecnicamente, é dinheiro para publicidade e para segurança privada. E na segurança, havendo um projeto adequado, podemos entrar com participação", diz Cordiolli. "Estou fazendo um chamado para ele para fazer a Quadra Cultural. Não há motivos para não fazê-la."