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Quando teve as canções "Bring Me to Life" e "My Immortal" incluídas na trilha sonora do filme Demolidor – O Homem sem Medo, estrelado por Ben Affleck em 2003, a banda norte-americana Evanescence mal imaginava que Fallen, seu álbum de estréia, se tornaria um dos grandes fenômenos da música pop mundial, com 14 milhões de cópias vendidas ao redor do mundo – 250 mil só no Brasil.

Formada no final dos anos 90 pelo guitarrista Ben Moody e a vocalista e pianista Amy Lee – acompanhados ainda por John LeCompt (guitarra), Will Boyd (baixista), Rocky Gray (bateria) e David Hodges (teclado) –, o Evanescence conquistou seu lugar ao sol mesclando rock pesado e elementos góticos e clássicos, como letras sombrias, visual wagneriano nos videoclipes e pitadas de música erudita em suas canções.

O estrondoso sucesso de Fallen rendeu ao grupo duas estatuetas Grammy – incluindo a de artista revelação – e uma legião de fãs (especialmente adolescentes) que cultuam a banda de maneira quase religiosa. Porém, assim como muitas outras formações, o Evanescence por pouco não sucumbiu diante de tal adoração. Durante a turnê européia de lançamento do primeiro disco, Ben Moody deixou o grupo alegando divergências criativas. O guitarrista logo foi substituído por Terry Balsamo (ex-integrante do Limp Bizkit), deixando os fãs preocupados quanto às composições futuras da banda, já que Amy e Moody partilhavam o trabalho de maneira única.

Eis que o entrosamento entre Amy e Balsamo não foi o fator responsável pelo hiato de três anos que separa Fallen do recém-lançado The Open Door, que já figura em quinto lugar na lista dos álbuns mais vendidos do Brasil, de acordo com o ranking da revista Sucesso CD. Em novembro do ano passado, durante as gravações do novo trabalho, Balsamo sofreu um derrame. Como se não bastasse o empresário da banda Dennis Rider abriu um processo contra Amy, alegando comissões não pagas, ao que a vocalista respondeu processando-o por negligência profissional e assédio sexual. Para piorar ainda mais o quadro, Amy terminou o relacionamento de três anos que mantinha com o guitarrista Shaun Morgan, da banda Seether, devido ao vício do rapaz em drogas e álcool. A gota d’água foi a saída do baixista Will Boyd após a gravação do segundo CD, por não sentir mais vontade de sair em turnês.

Porém, ao invés de levar a banda abaixo, tamanha desgraça foi um prato cheio para o Evanescence. Em The Open Door, Amy Lee grita, desabafa e faz amizade com seus fantasmas, em canções que deixam claro o amadurecimento por qual passou o grupo durante o tumultuado período. Balsamo já está recuperado e tocando nos shows de divulgação do novo álbum. Boyd foi substituído pelo baixista Tim McCord e a canção "Call Me When You’re Sober", em que Amy fala sobre o fim de seu namoro com Morgan, virou o single de trabalho do álbum e está em 12.º lugar na parada norte-americana Billboard e entre as dez mais pedidas das principais FMs nacionais. Isso sem falar que, graças à música, Morgan adiou a turnê de sua banda e se internou em uma clínica de reabilitação.

Produzido por Dave Fortman, que assinou o disco anterior da banda, The Open Door reserva boas surpresas, como as experimentações eletrônicas de "Cloud Nine", "Lose Control", "The Only One" e "Your Star". Já os que torcem o nariz para novidades, devem se contentar com a dramática "Lithium" (tributo de Amy a Kurt Cobain) e as pesadíssimas "Sweet Sacrifice" e "Weight of the World", sérias candidatas a hits. GGGG

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