Confira a programação do palco principal no 7º Joinville Jazz Festival| Foto:

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Confira o serviço completo do show de Arlindo Cruz no Guia Gazeta do Povo

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Trilha sonora para Joinville

Um ciclo se completa para o Join­ville Jazz Festival. Com a sétima edição, que começa amanhã, os organizadores do evento podem dizer que fizeram a diferença na cena cultural da cidade. Na verdade, se tornaram um dos acontecimentos mais importantes do calendário nacional para a música instrumental.

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No show que fez anteontem no espaço Modern Sound, no bairro de Copacabana, no Rio de Ja­­neiro, Arlindo Cruz enfrentou um pú­­blico incomum. Sentados e na maior parte do tempo de­­gustando cafés e quitutes, os presentes no lugar – um misto de loja de discos, DVDs e bar – só se renderam quando o sambista deu a deixa. "Quem quiser sambar, é só levantar. "Não precisou de outro aviso. "É o samba", justifica.

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A cena pode ser uma prévia do que poderá acontecer hoje à noite, no Teatro Positivo – Gran­de Auditório. Com MTV ao Vivo – seu mais recente CD – no bolso, e com vários sucessos antigos na manga, o carioca pretende provocar uma espécie de "desorganização involuntária" no espaço. Sei que vai estar todo mundo sentado, mas o pessoal vai arranjar uma área para dançar. Sempre se dá um jeitinho, se acha um cantinho", argumenta o flamenguista.

Arlindo Cruz é sambista ra­­ça-pura. Destacado compositor – quem nunca ouviu "Bagaço da Laranja", sucesso na voz de Zeca Pagodinho, e "Ca­­marão Que Dorme a Onda Leva", que se fez com a interpretação de Beth Carvalho? –, Cruz voltou-se pa­­ra a interpretação tardiamente. Mas, quando o fez, procurou abrir alas, revigorar seu samba, seja em busca de parceiros inesperados ou de novas roupagens musicais para os seus "clássicos".

"Meu diretor musical diz que sou o cara mais antenado do samba, aquele que capta melhor as frequências. Tenho filhos jovens, que me ajudam a ser mais jovem também", explica o sambista, parceiro tanto de Marcelo D2 e de Maria Rita quanto de Nei Lopes e Jorge Aragão. Arlindo Cruz também foi membro do grupo Fundo de Quintal por 11 anos e assina cerca de 550 músicas.

Apadrinhado por Candeia (1935-1978), até hoje um dos grandes nomes da Portela, o sambista com medo de frio – "me di­­ga, está frio aí?", pergunta por telefone – é reconhecido por seus sambas bem-elaborados, com criativas soluções harmônicas e melódicas. Além disso, foi um dos introdutores do banjo no samba tradicional.

"Acho que o samba tem de ser bom por mais simples que seja. Alguns dos meus partidos-altos têm quatro ou cinco acordes apenas, mas eles são ricos e ganham em ritmo e harmonia. Isso contagia o público. Eu sou essencialmente compositor, mas estou aberto a ouvir outras coisas", explica o carioca.

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Aos 51 anos, Arlindo Cruz abre os ouvidos. "Há bastante in­­térpretes chegando. E, ao mesmo tempo, uma tendência interessante na Lapa [Rio de Janeiro], de se valorizar os compositores mais antigos, como Noel Rosa. Isso é bacana", diz.

Arlindo Cruz planeja para Curitiba o mesmo repertório que levou para o projeto da MTV. No palco, nove músicos o acompanham – incluindo aí coro de vo­­zes e um clarinete. Será um retrato fiel do disco que definiu uma nova tendência à MTV brasileira, pois o que tinha começado com Zeca Pagodinho (cds e DVDs em 2003 e 2006) ganhou novo capítulo com Luis Melodia (2008) e agora define novos rumos a uma emissora nem sempre de bem com o samba e com outros ritmos tupiniquins.

O compositor diz que começou a flertar com a MTV no se­­gun­­­do disco de Zeca Pagodinho com a emissora (Gafieira, de 2006), após um chamado para fazer um "partidinho". "Aí comecei a aparecer nos clipes e nos shows também do Marcelo D2. Aliás, foi ele o padrinho do meu casamento com a MTV", diz o sambista.

O show de hoje estava marcado para o dia 15 de agosto, mas foi adiado devido ao surto de gripe A(H1N1). "Esse ano foi bem atípico, né? Crise econômica, crise das gravadoras, gripe suína. Lembro da última vez que fiz um pagode aí [em Curitiba]. A casa estava lotada e foi ótimo. Espero que isso aconteça de novo."

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Serviço

7º Joinville Jazz Festival. Teatro Harmonia Lyra (R. XV de Novembro, 485 – Centro, Joinville – SC). Informações pelos telefones: (47) 9968-5473 e (47) 9995-3781. Amanhã e sábado, às 20h30; e domingo, às 19h30. Ingressos a R$ 30 e R$ 15 (meia), à venda somente em Joinville no Nosso Empório (Shopping Mueller), Graves e Agudos (Shopping Cidade das Flores) e bilheteria do teatro. Na internet: www.joinvillejazz.com.br