O corpo do ator e diretor da TV Globo Francisco Milani foi cremado pouco depois das 11h deste domingo. O velório foi curto, como era desejo do comediante, e durou duas horas. Da cerimônia de despedida, participaram seus três filhos, dois dos seis netos, parte do elenco dos programas 'Zorra Total' e 'Grande Família' e outros atores. Um dos filhos de Milani, Eduardo Vanzan, prestou uma homenagem pelo Dia dos Pais. O velório foi encerrado com os amigos e parentes cantando o hino do Corinthians, time do coração, e a 'Internacional Socialista'.

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Comunista, Milani tinha nas paredes de sua casa, em Jacarepaguá, fotos de Che Guevara e Mao Tsé-Tung. Chegou a ser eleito vereador no Rio, em 1986, pelo PCB (Partido Comunista Brasileiro), mas depois se desiludiu com a política. Há cinco anos lutava contra um câncer no reto. Ele morreu na madrugada de sábado, aos 67 anos, de edema pulmonar e insuficiência renal aguda em decorrência da doença. O ator estava internado no Hospital Barra D'Or desde o dia 3 de agosto.

Apesar de doente, Milani planejava voltar às gravações. Maurício Sherman, diretor-geral do humorístico Zorra total, disse que nos próximos dias o ator retomaria um de seus personagens mais famosos, o Saraiva.

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- Milani voltaria a gravar semana que vem. Com esta crise toda, o bordão que ele usava, "Tolerância zero", seria perfeito. Ele estava muito entusiasmado. Atualmente ele estava fazendo o personagem Pão-Duro. Foi uma surpresa a notícia de sua morte, porque nos falamos esta semana. Ele disse que não estava muito bem, mas que queria voltar a conversar semana que vem porque, com certeza, estaria melhor. A gente sabia que ele estava doente, mas estava combatendo bem a doença, vinha trabalhar, era o que melhor decorava. É claro que gravava pouco, parava, descansava - contou Sherman, que promete fazer uma homenagem ao ator no "Zorra" do próximo sábado. - Ele estava no programa desde a estréia, há sete anos. Milani era um comediante versátil, dinâmico e com uma representação muito moderna.