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O “Turco”: escritor foi da autoficção ao experimentalismo | Daniel Snege/Arquivo pessoal
O “Turco”: escritor foi da autoficção ao experimentalismo| Foto: Daniel Snege/Arquivo pessoal

Homenagem

Bate-papo sobre Jamil Snege

Com Cristovão Tezza e Miguel Sanches Neto. Biblioteca Pública do Paraná. (R. Cândido Lopes, 133), (41) 3221-4900. Dia 16, às 19 horas. Entrada franca.

Curitiba completa amanhã uma década sem um de seus grandes personagens: o escritor Jamil Snege. Carinhosamente chamado de "Turco" pelas centenas de "amigos e apóstolos", Snege nasceu em Curitiba em 1939. Nunca deixou a cidade até morrer de câncer no ano de 2003.

Além de publicitário de destaque, Snege publicou 11 livros, entre eles O Jardim, a Tempestade (minicontos, 1989), Como Eu Se Fiz Por Si Mesmo (memórias, 1994) e Os Verões da Grande Leitoa Branca (contos, 2000).

Para lembrar os dez anos sem o autor, a Biblioteca Pública do Paraná (BPP) promove amanhã, a partir das 19 horas, um bate-papo com escritores que foram amigos de Snege. Os colunistas da Gazeta do Povo Cristovão Tezza e Miguel Sanches Neto vão debater a respeito da vida e da obra do autor. Após o bate-papo, no hall térreo da BPP, será aberta uma exposição com fotos de Daniel Snege, filho mais velho de Jamil.

Para Miguel Sanches Neto, Snege é um autor "muito comentado mas, menos lido do que deveria". "Sua escrita conserva a visão impiedosa e irônica que ele tinha sobre a condição humana." Para Sanches Neto, a obra do autor pode ser dividida em três fases. "Há uma vertente mais autobiográfica, em que ele transformou a própria vida em literatura, uma fase absolutamente experimental em matéria de linguagem e outra em que ele criou narrativas ficcionais. Todas muito ricas", observa.

Dossiê

Como parte da homenagem, o jornal Cândido, editado pela BPP, traz na edição de maio um dossiê a respeito da obra de Snege, com reportagens mostrando a relevância do autor, hoje estudado em universidades e festejado pela nova geração de escritores brasileiros. Destaque para um texto que Ernani Só, tradutor de Dom Quixote, de Cervantes, enviou para o Turco em 2003 — conteúdo que permaneceu inédito por uma década.

No próximo domingo, a Gazeta do Povo vai publicar um perfil de Jamil Snege, que também foi, durante muitos anos, cronista em suas páginas.

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