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Hoje, entre as 10 e 14h30, a Galeria Casa da Imagem, em Curitiba, inaugura as exposições de fotografias de Cássio Vasconcellos, pinturas de Marco Giannotti e gravuras de Marco Buti. Mesmo tratando-se de trabalhos independentes, os artistas paulistas acreditam que há uma afinidade e diálogos possíveis entre as obras.

"Acho que fazer uma exposição individual é importante, mas acho que falta hoje, no ambiente artístico, estabelecer paralelos e mostrar que artistas, mesmo partindo de técnicas totalmente distintas, pintura, fotografia e gravura nesse caso, podem partilhar de certa afinidade na maneira de enquadrar e ver o mundo. Se entre nós há um elo, é essa dimensão noturna da sombra, embora meu trabalho seja muito mais cromático e abstrato. Mas, todos temos, de uma certa forma, vestígios de rastos de uma cidade, de uma geometria que se deturpou em função da luz e da sombra", diz o pintor Marco Giannotti que participa da mostra com sete quadros de grandes e pequenas dimensões.

O tema cidade é o centro de cerca de 20 fotografias (dez originais e dez ampliações) de Cássio Vasconcellos, resultado de centenas de polaróides tiradas de noite em São Paulo e outros grandes centros urbanos do mundo. O resultado são imagens estáticas de cores saturadas e enquadramentos cuidadosos que mostram os espaços que retratam "os vestígios humanos" mais que os próprios homens, de acordo com o fotógrafo. "Há uma ausência de figuras humanas em todos os nosso trabalhos, porque essas figuras somos nós, os observadores dessas cenas", diz Giannotti.

Vasconcellos e Giannotti são amigos de longa data e dividem o mesmo ateliê. Explicam que os trabalhos são conduzidos separadamente, mas que, como a mostra indica, compartilham afinidades. "Nós fizemos muitas dessas viagens em conjunto, como uma série feitas em Cubatão. Lá é mágico, porque é terrível, mas ao mesmo tempo fascinante, como aquelas máquinas cuspindo fogo", conta Vasconcellos. As fotografias também são desprovidas de marcas temporais. "Eu me interesso por essa característica. É uma tentativa de sair um pouco dessa realidade da fotografia e passar para uma outra atmosfera imaginária", completa o fotógrafo.

Segundo os colegas, as gravuras de Marco Buti, que não está em Curitiba em função do lançamento de um livro, também exibem o mesmocuidado peculiar com a imagem e sua força de composição. "Nesse sentido, a exposição é muito bonita, porque mostra que não é a técnica que produz o olhar. Ela é determinante, mas existem afinidades mais profundas, que são as formas de ver o mundo", diz Giannotti.

Serviço: Mostras de Cássio Vasconcellos, Marco Gianotti, e Marco Buti. Galeria Casa da Imagm (R. Dr. Faivre, 591), (41) 3362-4455. Segunda a sábado das 10 às 12 e das 14 às 19 horas. Entrada franca. Informações: www.casadaimegem.com.br

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