No meio de um roteiro um tanto clichê e previsível, Um Amor de Vizinha, comédia romântica de Rob Reiner (de Conta Comigo), que estreou nos cinemas brasileiros na última quinta-feira, é salva pelo bom elenco: em especial, pela dupla Michael Douglas e Diane Keaton.
Mas é a atriz, ex-musa de Woody Allen, quem brilha no filme ela é o principal, e talvez único motivo, pelo qual o longa valha a pena.
Na pele de Leah, uma viúva que trabalha como cantora em um bistrô, ela conquista o espectador pela ótima aura que deu à personagem: constantemente em seus shows, ao lembrar do falecido, Leah desata a chorar em frente da plateia.
Sua sensibilidade é o que acaba dobrando o rabugento Oren Little (Douglas), um agente imobiliário famoso na cidade. Egoísta e um tanto excêntrico, ele é dono de um conjunto de apartamentos onde moram Leah e outras famílias. Sua relação com os inquilinos também não é das melhores ele não faz a mínima questão de ser gentil ou sociável.
Até que o jogo vira quando o filho de Oren, um viciado em drogas em recuperação, aparece com a filha, Sarah, que o avô jamais havia conhecido. O filho precisa cumprir prisão por um ano (que, logo saberemos, é uma condenação injusta), e não tem com quem deixar a menina. Ela acaba ficando mesmo com Oren (contrariado), e acaba sendo "adotada" pela adorável Leah.
Com esse breve enredo, não é preciso de muito para saber onde o filme terminará: depois de alguns contratempos e adaptações, o "felizes para sempre" reina. E o agente imobiliário (apesar de continuar com suas piadas fora de timing e não perder o jeito grosseiro) acaba "amolecendo" o coração.
Destaques
Se no geral é previsível, Um Amor de Vizinha tem os seus méritos. Além da curiosa relação de Leah e Oren, é agradável ver Diane Keaton cantando em cena, e melhorando a sua imagem com os pitacos do namorado. Uma atuação ótima, convincente. A veterana atriz Frances Sternhagen, a irônica secretária da imobiliária na qual o personagem de Douglas trabalha, também garante bons momentos ao filme.