Depois de "Cotton Club" (1985) e "Infidelidade" (2002), Diane Lane e Richard Gere se reúnem novamente para protagonizar o drama romântico "Noites de Tormenta", que estréia no país nesta sexta-feira. Porém, o reencontro da dupla não tem nada de memorável.
O roteiro é baseado num romance homônimo de Nicholas Sparks (que acaba de ser lançado no Brasil). O escritor é uma espécie de rei dos livros românticos, que já renderam adaptações como "Uma Carta de Amor" e "Diário de uma Paixão". "Noites de Tormenta" não foge à regra.
Adrienne (Diane) é uma divorciada de meia-idade, mãe de dois filhos, que vive para eles. Quando as crianças saem em viagem com o pai (Christopher Meloni, de "Noiva em Fuga"), ela vai cuidar da pousada de uma amiga que está viajando, mas está esperando um hóspede.
Esse único hóspede é o médico Paul Flanner (Gere), que vai à pequena cidade litorânea de Rodanthe para tentar superar um erro. Mas ele não é o único esperado na pousada à beira mar: um furacão está se aproximando. Se, a princípio, Paul e Adrienne mal se falam - ele é sempre muito fechado - uma série de acontecimentos acaba aproximando-os.
E, claro, ambos vão redescobrir o amor. Mas há outros problemas a enfrentar. Paul precisa recuperar a amizade do filho (James Franco), que o abandonou, e Adrienne precisa explicar para os filhos pequenos que não quer voltar para o ex-marido, pois tem um novo namorado.
Mas nas histórias de Spark, o amor parece andar de mãos dadas com a punição. Ninguém é capaz de ser plenamente feliz em seus livros, sempre algo chega para atrapalhar.
Porém, o que mais atrapalha em "Noites de Tormenta" não é a impossibilidade do amor, e sim a quantidade de clichês que se intrometem na química do casal central e acabam com qualquer humanismo que poderia existir nos personagens, que mais parecem marionetes sem emoções verdadeiras.
Nem o carisma de Diane e Gere, nem a fotografia do brasileiro Affonso Beato ("O Amor nos tempos do Cólera", "O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro") são capazes de salvar o filme de um desastre maior que o causado pelo furacão que assombra os personagens.
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