Serviço
Doido
Quando: Dias 24 e 25 de março, às 21h
Quanto: Ingressos a R$ 40. Estudantes e pessoas maiores de 60 anos pagam meia-entrada
Onde: Teatro Positivo Pequeno Auditório (R. Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300), (41) 3317-3000
Fringe
Confira a seguir alguns dos destaques paranaenses em cartaz no Fringe nesta segunda-feira
Vencedor do Troféu Gralha Azul deste ano nas categorias melhor diretor (George Sada) e melhor atriz coadjuvante (Giovanna de Liz), a comédia Entre Lágrimas e Cutículas, do Núcleo de Teatro Profissional Cena Hum, tem sessão hoje, ao meio-dia, no Teatro José Maria Santos (R. Treze de Maio, 655).
Às 15 horas, o diretor e dramaturgo Edson Bueno reapresenta seu espetáculo mais recente, O Evangelho Segundo São Mateus, no Teatro da Caixa (R. Cons. Laurindo, 280). Já às 18 horas, o premiado Capitu Memória Editada (Troféu Gralha Azul de melhor espetáculo, adaptação e texto, em 2006), também de Bueno, volta ao cartaz no Teatro Novelas Curitibanas (R. Pres. Carlos Cavalcanti, 1.222).
Na Sala Londrina (R. Claudino dos Santos, 79), às 18 horas, Pagu Leal dirige e encena (ao lado de Andy Gercker) a comédia dramática Melan & Colia.
Já o palco do Teatro da Caixa, recebe, às 21 horas, uma das mais consagradas atrizes paranaenses a veterana Claudete Jorge que contracena com sua filha, Helena Portela, na comédia Final do Mês.
O palco do Pequeno Auditório do Teatro Positivo recebe amanhã (24) a primeira apresentação do espetáculo Doido. O ator Elias Andreato procura caminhar, ouvir canções e, acima de tudo, controlar a respiração para manter baixa a ansiedade. Mas isso não tem sido fácil.
A peça, na mostra contemporânea do Festival de Curitiba, é um projeto que o paranaense de Rolândia (radicado em São Paulo) elabora há algum tempo.
"Aos 54 anos, ninguém faz um monólogo para se exibir", diz Andreato, que pinçou fragmentos de autores variados. De Shakespeare a Nietzsche. De Maiakovski a Goethe. O ator, que também assina a direção, explica que a soma desses textos compõe um discurso que ele sente necessidade ("orgânica") de enunciar.
"O público terá diante de si, no palco, um homem falando sobre a sua solidão, o amor e a respeito do ofício de ser ator."
Doido, como o título sugere, também problematiza a questão da insanidade. Andreato, a partir das leituras que fez para estudantes de teatro, tem a impressão de que a montagem pode encontrar ressonância entre os jovens, muitas vezes enovelados em angústias e em "descarrilhamentos de trilhos" diante da necessidade de afinar a própria existência e projetos com os ruídos e turbilhões do mundo.
Nuances do processo
Do mais recente réveillon até a sexta-feira da semana passada (20), Andreato ensaiou diariamente. Ouvia gravações dos textos antes de adormecer e logo nos primeiros instantes após acordar. Se caminhava pela Consolação, Vila Madalena ou Praça Roosevelt, dizia "internamente" as falas. Foi um processo desgastante? "Sim, como qualquer trabalho. Mas, também, extremamente prazeroso."
"Superfeliz" é como Andreato define o seu presente, sobretudo porque um sonho se torna realidade. Depois de atuar em mais de cem peças, Andreato, agora sem a interferência de nenhum diretor (que neste caso é ele mesmo), minimizou recursos gestuais e de corpo. A energia está canalizada na inegável força que a palavra tem e pode vir a ter na interação com o outro, que é a plateia.
De acessórios e relax
O monólogo, com início e desfecho anunciados por canções japonesas, tem a programação visual assinada pelo irmão de Elias, Elifas Andreato, um dos artistas gráficos mais requisitados e premiados da atualidade.
O cenário, concebido por Carlos Rossi, traz uma mesa, uma cadeira e objetos como boneca, caixa de música e um punhal (elemento manipulado pelo ator no momento em que ele diz um trecho de Hamlet).
Dependendo do que aconteceter nesta terça-feira, Elias Andreato, finalmente terá uma noite sem tensão. "Tenho muita expectativa para essa estreia." E, então, relaxado, quem sabe as glândulas suprarrenais do ator voltem a produzir adrenalina para ele retornar à cena na apresentação da quarta-feira (25).
"Toda véspera de entrar em cena deixa o ator, de certa maneira, transtornado. Isso não é ruim. Ao contrário, é o que nos move." Que assim seja.
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