| Foto: Lineu Filho

Perfil

Fotógrafo se interessa pelas profissões que formaram a civilização

O repórter fotográfico Lineu Filho nasceu em Curitiba, tem 35 anos, é casado e pai de uma filha. Começou a carreira no jornalismo no site Jornale, em 2006. Desde de 2012 faz parte da equipe de repórteres fotográficos do jornal Tribuna.

Lineu pratica montanhismo desde a adolescência e começou a fotografar a natureza durante incursões pela região da Serra do Mar.

No início dos anos 2000, decidiu investir na profissão de fotógrafo e trocou a faculdade de Engenharia Florestal pela de Jornalismo.

O ensaio com os pescadores artesanais de Superagui faz parte de um projeto que o fotografo tem de registar "ofícios ancestrais".

"Tenho me dedicado nos últimos anos a procurar e fotografar essas profissões que ajudaram a formar a civilização, distinguido o homem dos animais e que ainda estão vivas nos dias de hoje. Cortadores de pedra, pescadores, garimpeiros, algumas formas de agricultura de subsistência", explica o fotógrafo.

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O pequeno barco parece indefeso ante a fúria do temporal. "Num tempo desses não se sai". Um raio de luz ilumina a embarcação e o antediluviano ofício dos pescadores artesanais do litoral paranaense, como a mostrar que tudo está no lugar certo.

A imagem flagrada pelo repórter fotográfico Lineu Filho faz parte de um projeto do jornalista: registrar em foto profissões tão antigas quanto a vida em sociedade.

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Aqui, são imagens da vila de pescadores da Ilha de Superagui ("Rainha dos Peixes", em tupi-guarani) nos anos de 2013 e 2014. O olhar de Lineu Filho captura a ação dos homens que ainda vivem do mar e usam quase as mesmas técnicas dos quatro apóstolos que eram também pescadores, dois mil anos atrás.

Nas imagens, é possível perceber três gerações que se comunicam sem palavras. Sentir a passagem peculiar do tempo do homem diante da natureza. Intuir o golpe hábil que eviscera olhetes, cavalas e tainhas gordas.

A maior parte das fotos foi tirada numa daquelas saídas "milagrosas" de pescadores. "Eles pegaram tanto peixe que mesmo depois de distribuir grande parte entre os moradores da vila, sobraram muitos e nós resolvemos assá-los num banquete coletivo na beira da praia", diz Lineu.

"O que mais me fascina é ver como os pescadores trabalham em consonância com a natureza. Eles parecem se entender totalmente com o meio ambiente e conseguem tirar dele seu sustento com técnicas muito simples e eficazes", explica o fotógrafo, que trabalha para Tribuna.

Dias de pescador

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