Na juventude, Ray Drecker (Thomas Jane), protagonista do seriado Hung, em exibição na HBO, foi uma lenda dos esportes. Era o famoso jock, estereótipo clássico do atleta popular na escola, presente em todos os filmes que retratam o ambiente das high schools norte-americanas. Como não poderia deixar de ser, casou-se com a bela líder de torcida Jess (Anne Heche), com quem teve um casal de gêmeos. Como lar, a "família perfeita" escolheu um bucólico chalé de madeira, à beira de um lago em Detroit, nos Estados Unidos.
Menos de duas décadas depois, o sonho americano mais parece um pesadelo. Ray tornou-se professor de História e treinador do time de basquete da escola onde estudam seus filhos, Damon e Darby, que são exatamente o contrário do que os pais foram durante o ensino médio. Gordinhos e esquisitos (Damon é gótico e gay), encaixam-se em outro estereótipo bastante comum ao ambiente escolar americano: são os chamados losers (perdedores, na tradução literal), impopulares e zoados pelos colegas.
Jess, apesar de continuar bonita e em boa forma (como Ray), troca o marido por um dermatologista franzino, mas rico e bem-sucedido. Para piorar de vez, a casa que Ray agora divide apenas com os filhos pega fogo, fazendo com que os gêmeos voltem a morar com a mãe. Isso tudo, em meio à recente crise financeira norte-americana.
Desesperado e morando em uma barraca de lona no quintal de sua propriedade, Ray tenta encontrar uma maneira de ganhar dinheiro para reconstruir sua casa e sua vida. Chega a matricular-se em um curso que promete tornar os alunos milionários a partir de estratégias de marketing. Mas, para isso, ele precisa ter um produto que possa vender. E a certeza do único talento que acredita possuir, se confirma após uma discussão com sua ex-mulher, que raivosa dispara: "Sua única qualidade é ser bem-dotado." Bingo!
De Colette Burson e Dmitry Lipkin, mesmos criadores do seriado The Riches (exibido no Brasil há dois anos), Hung foi uma grata surpresa na televisão norte-americana este ano. Exibido de junho a setembro, logo após o vampiresco True Blood, chegou a alcançar 3 milhões de espectadores, graças a uma trama bem construída e calcada no humor negro. Alternando doses de comédia (as caras embasbacadas das "clientes" de Ray diante de sua anatomia avantajada são impagáveis!) a pitadas de crítica social (sofrendo com a crise, algumas das clientes tentam barganhar pelos serviços extracurriculares do treinador), o seriado já garantiu a renovação para uma segunda temporada, que deve estrear lá fora na metade do ano que vem. Por enquanto, vale a pena conferir seus últimos episódios, que vão ar na HBO nas próximas semanas, e ficar atento ao cronograma de reprises dos hilários episódios.
Serviço
Hung é exibido pelo canal de tevê a cabo HBO, aos sábados, às 23 horas, com reprises durante a programação (www.hbo.com.br)
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