O diretor artístico do Teatro Bolshoi, Sergei Filin, gravemente ferido em 17 de janeiro ao ser agredido com ácido, deixou hoje o hospital em Moscou no qual estava internado para viajar à Alemanha, onde receberá um novo tratamento.
"Me sinto bem, diria inclusive muito bem. Se minha vista estivesse um pouco melhor", disse Filin, de gorro e óculos escuros.Na Alemanha, Filin receberá tratamento pós-operatório em uma clínica na famosa cidade termal de Aachen.
Filin, um ex-bailarino de 42 anos, nomeado em 2011 diretor artístico do Bolshoi, foi agredido com ácido em 17 de janeiro por um desconhecido na entrada de casa.
O diretor artístico sofreu queimaduras de terceiro grau no rosto e nas córneas. Ele foi submetido a uma série de operações oculares e de reconstrução facial em um hospital de Moscou.
Sergei Filin disse em entrevista à BBC não ter dúvidas sobre a identidade do homem que o atacou, mas preferiu não revelar nomes até que termine a investigação. A família do ex-bailarino recebe proteção policial.
"O que fica claro é a crueldade de uma ou mais pessoas para atingir ambições pessoais", disse Filin, que tem se sujeitado a tratamentos diários de regeneração da pele e recuperação dos olhos.
O diretor artístico da companhia defendeu que o ataque tinha dois objetivos: "afastá-lo por um longo período e manchar a reputação do Bolshoi".
O ataque ocorreu na sequência de outras ameaças que Filin reconhece agora não ter dado importância. "Ignorei os avisos dos meus amigos para contratar um motorista e um guarda-costas. Percebo agora a sequência de intimidações, por celular, por e-mail. Se as tivesse levado mais a sério e contratado, pelo menos, um motorista, nada disso teria acontecido."
Sergei Fillin foi atacado na frente de sua casa, no centro de Moscou. "Vi alguém com um capuz. Vi a sua mão e assustei-me", contou à emissora russa Ren TV, em 18 de janeiro, um dia depois do ataque.Fillin havia sido nomeado em 2011 diretor do Bolshoi, depois de vários anos como bailarino.
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