Glória Pires e Paulo Miklos estrelam a comédia, que traz referências pop| Foto: Divulgação

"De certa forma, o filme é uma continuação da proposta do 'Durval Discos'; poucos personagens, poucas locações, cenas de cotidiano, cenas de música e trama forte. A ideia básica que uniu tudo isso foi a idéia de obsessão: a pessoa quer muito uma coisa, mas mesmo quando consegue, nunca se sente satisfeito", afirma a diretora Anna Muylaert, de Brasília, em entrevista ao portal G1.

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Estrelado pela veterana Glória Pires e o Titã Paulo Miklos, "É proibido fumar" mostra o encontro de uma professora de violão decadente e um músico de churrascaria que acabam se envolvendo. "A ideia de juntar a Glória com o Paulo foi justamente para criar uma eletricidade, um contraste, só possível entre um pólo positivo e um negativo, entre um gato e um cachorro. E acho que essa diferença entre eles é o grande trunfo do filme", diz a cineasta.

Trilha sonora

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Para embalar a "eletricidade" entre esses dois, Muylaert deu atenção especial à trilha sonora, que mistura temas de Villa-Lobos ao samba-rock de Jorge Ben e outros artistas do universo pop. "A trilha foi pensada para ilustrar os mundos dos dois personagens, ela mais ligada à melodia e ele que entra em cena com o ritmo", diz a diretora.

Para completar as referências pop, o filme traz participações especiais da roqueira Pitty, do quadrinista Lourenço Mutarelli (de "O cheiro do ralo") e outros.

Mas o título não é somente referência à famosa canção de Roberto Carlos, já que o cigarro tem um papel central na trama, tornando-se um obstáculo na relação dos dois protagonistas. Muylaert explica: "o filme procura investigar justamente o deslocamento do desejo de um lugar para o outro, do lugar certo para o lugar errado, vamos dizer. Não seria essa a causa do vicio?"

"É proibido fumar" será exibido no Festival de Brasília no domingo (22) e disputa o Candango de melhor filme com "O homem mau dorme bem", de Geraldo Moraes, e os documentários "Quebradeiras", de Evaldo Mocarzel, "A falta que me faz", de Marília Rocha, "Filhos de João, admirável mundo novo baiano", de Henrique Dantas, "Perdão mister fiel", de Jorge Oliveira.

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