Curitiba é celeiro de muitas histórias e contos levados para os palcos da cidade. Agora, de que forma a capital paranaense influi nas obras teatrais de cinco dos mais conhecidos diretores curitibanos? Essa e outras questões certamente são respondidas em montagens de aproximadamente 20 minutos que compõem o espetáculo "Sob a Influência Cinco Obras Inspiradas por Curitiba", que estréia nesta quinta-feira (14) e marca a reabertura do Teatro Novelas Curitibanas, fechado há sete anos.
O espaço reabre suas portas com a promessa de ser um centro de excelência das artes cênicas na cidade. Em solenidade de reinauguração realizada na quarta-feira, a classe teatral conheceu o resultado da reforma das instalações, que representou um investimento de R$ 520 mil feito pelo Programa de Recuperação de Espaços Culturais, do Fundo Municipal de Cultura.
O primeiro agraciado com o palco do "Novelas": Dalton Trevisan
O vampiro retorna à sua velha casa. Durante quatro anos ininterruptos, o Teatro Novelas Curitibanas hospedou os personagens de "O Vampiro e a Polaquinha", adaptação dos contos de Dalton Trevisan, um marco no teatro paranaense. O escritor volta ao espaço com uma nova versão de seus contos para os palcos, "Pico na Veia", do diretor Marcelo Marchioro. A peça foi apresentada no Guairinha em 2005, durante a temporada oficial do Teatro de Comédia do Paraná. Desta vez, foram selecionados somente contos que têm relação com Curitiba como, por exemplo, "Lulu, a Louca" e "Curitiba Revisitada". Na nova versão do espetáculo, os atores Rodrigo Ferrarini e Raphael Rocha dão conta de todos os personagens.
Apresentadas uma após a outra, as peças dialogam e se completam, na opinião do diretor Felipe Hirsch. Ele apresenta Sobre o Amor, uma peça híbrida, em um formato que apelida de "jorro psicológico". Como o próprio nome diz, a peça fala de amor, mas também de teatro. De acordo com Hirsch, homenagem beckettiana à Curitiba foi inspirada na sua estréia na cena teatral da cidade com "Esperando Godot" (de Samuel Beckett). O personagem, que ele não revela, é vivido pelo ator Lutero de Almeida.
"Reação teatral"
Se Hirsch fala de teatro sob o aspecto psicológico, a peça do diretor Fernando Kinas é uma "reação teatral". "Casulo" é uma reflexão sobre o teatro e uma crítica a pouca importância que Curitiba dispensa à arte. "É uma tentativa de pensar, em 20 minutos, o grande mundo e o pequeno mundo. O trabalho reflete o conflito entre as minhas memórias suavemente egocêntricas e a situação lamentável com que a cultura aqui", conta o diretor.
Já Edson Bueno exibe o monólogo "Dentro de Mim Mora um Grito", com Patrícia Saravy na pele da artista plástica curitibana Denise Queiroz, que morreu de câncer em 1994, aos 26 anos. Tiago Luz interpreta o marido da artista.
Em "Polifonias", Márcio Abreu une fragmentos de narrativas à música para comunicar suas impressões sobre Curitiba. A montagem tem no elenco as atrizes Nadja Naira e Chiris Gomes, com participações musicais de Edith de Camargo e Gabriel Schwartz.
As cinco peças estão de acordo com a proposta de ocupação do teatro de apresentar produção locais inéditas. Para 2007, um edital público (já lançado) vai contemplar quatro novos trabalhos.
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Serviço:
"Sob a Influência Cinco Obras Inspiradas por Curitiba". Estréia nesta quinta-feira (14) às 21h. Teatro Novelas Curitibanas (R. Carlos Cavalcanti, 1222). Em exibição de quinta a domingo, às 21h. Textos e direção de Márcio Abreu, Edson Bueno, Fernando Kinas, Felipe Hirsch e Marcelo Marchioro. Ingressos a R$ 20,00 e R$ 10,00 (meia). Em cartaz até 8 de outubro.
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