Agassiz Almeida conta que a idéia de escrever A Ditadura dos Generais Estado Militar na América Latina, o Calvário na Prisão surgiu durante uma visita que fez, em 1984, ao escritor Ernesto Sábato.
Era uma "tarde modorrenta" de Buenos Aires e o brasileiro recebeu do amigo portenho um exemplar de Nunca Mais, obra em que Sábato disseca a face genocida do militarismo argentino.
"Naquela ocasião, assumi comigo mesmo a tarefa de estudar e desvendar as raízes daquele período da história latino-americana, irrompido na última metade do século 20. O nazimilitarismo que se abateu sobre a quase totalidade dos países da América Latina", lembra Almeida, que lança seu livro hoje, às 19 horas, na Livrarias Curitiba do Shopping Estação.
O resultado do compromisso assumido por Almeida consigo mesmo é um livro de fôlego. São mais de 500 páginas de uma análise contundente sobre o contexto histórico que deu origem aos governos opressores no mundo (nas primeiras décadas do século passado) e no continente americano (a partir de 1964).
O autor começa seu estudo por um estudo do militarismo alemão. Em seguida, procura detalhar as origens e motivações dos chamados "crimes de lesa-humanidade" para, no epílogo, falar sobre a própria prisão, destacando o sofrimento que encarou na ilha de Fernando de Noronha.
"Somos egressos de uma geração indignada que desafiou o absurdo do militarismo e sustentou no fundo do abismo a esperança e o ideal conspurcados", diz Almeida.
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Serviço: Lançamento de A Ditadura dos Generais, de Agassiz Almeida (Bertrand Brasil, 548 págs., R$ 50). Livrarias Curitiba do Shopping Estação (Av. Sete de Setembro, 2.775), (41) 3330-5118. Hoje, às 19h. Entrada gratuita.
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