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Aguarde: Rio e O Mágico
Exibir o trailer de Rio (confira trailer e fotos), a nova animação realizada por Carlos Saldanha, antes da sessão de Brasil Animado, é quase uma maldade com este. A ideia não é comparar os dois filmes, mas ambos se passam em paisagens brasileiras e brincam com elementos típicos do país das praias às mulheres de traseiros avantajados. Mas é possível que você ria mais no trailer de Rio do que em todo Brasil Animado.
Saldanha é o brasileiro por trás dos três A Era do Gelo. Rio tem estreia prevista para o dia 8 de abril e mostra a arara azul chamada Blu, natural dos Estados Unidos, numa aventura pelo Rio de Janeiro, em busca da última fêmea de sua espécie, a charmosa Jewel.
Sylvain Chomet, diretor de As Bicicletas de Belleville, está em cartaz em algumas cidades brasileiras (em Curitiba, ainda não), com O Mágico (confira trailer e fotos), animação baseada num roteiro original de Jacques Tati (1907-1982), o cineasta de uma porção de clássicos que inclui Meu Tio (1958). A história fala de um mágico francês desempregado que viaja para a Escócia, onde acaba conhecendo uma garota. (IBN)
Pais com filhos pequenos, de 12 anos para baixo, sabem (ou intuem) que os filmes infantis se dividem em dois grupos: os divertidos e os dormitivos. Quando você, adulto, ri e olha para o lado, buscando a cumplicidade da criança, com certeza está vendo um exemplar do primeiro grupo. Dormitivos são os filmes que fazem os pais, as crianças, ou ambos capotarem durante a sessão. Eles têm lá o seu valor porque, às vezes, uma soneca pode salvar o dia e, nesse clima quente, o ar-condicionado do cinema pode ser um programão.
Este repórter, acompanhado do filho de 5 anos, conferiu quase todos os filmes infantis em cartaz na cidade para avaliar quais conseguem entreter e quais rendem um bom cochilo. Ao cabo da maratona cinematográfica, Enrolados (confira trailer, fotos e horários das sessões) foi o único que manteve a criança sentada (e acordada) na poltrona do começo ao fim. Consultado, o filho deste repórter, Francisco, disse: "Eu gostei mais do Enrolados". Por quê? "Porque você não viu que eu fiquei sentado o tempo todo e não quis brincar nenhuma hora?"
Brincar durante uma sessão é, para a criança, o equivalente ao adulto que abandona a sala antes do fim.
Enrolados tem piadas impagáveis e personagens carismáticos. O trio principal, formado por Rapunzel, Flynn Rider e a "mãe" Gothel, é mais "humano" do que muito elenco de carne e osso. E a sequência em que a Rapunzel conhece o ladrão Flynn é muito engraçada. Flynn sobe na torre da garota de cabelos extremamente longos para escapar dos guardas do rei que estão tentando prendê-lo.
Rapunzel é mantida na torre pela vaidosa Gothel, que usa o poder dos cabelos da menina para se manter sempre jovem. Flynn vai ajudar a moça a sair da torre para descobrir o mundo.
Desânimo
Embora seja curto, com menos de uma hora e meia, Brasil Animado (confira trailer, fotos e horários das sessões) perdeu parte do público já na primeira metade da projeção. A produção nacional mostra pontos turísticos manjados e tem uma trilha sonora esperta, com Ed Motta e Wilson Simoninha, mas o tom é institucional. Faz pensar numa propaganda da Embratur, destacando as belezas do Brasil sem conseguir criar um enredo que sustente a duração do filme.
Os personagens principais, Relax e Stress, são desenhos animados inseridos sobre imagens reais. Eles viajam pelo território brasileiro com a desculpa de procurar o jequitibá rosa, a árvore mais antiga do país, e acabam mostrando baianos em roda de capoeira e gaúchos de bombacha na dança do pezinho. Colocados um ao lado do outro, com as costuras à mostra, belos pontos turísticos resultam numa experiência entediante.
Porém, no grupo dos filmes que fazem dormir, Zé Colmeia O Filme (confira trailer, fotos e horários das sessões) é difícil de bater. Um episódio do desenho original tem mais a oferecer do que essa versão rasteira para o cinema.
Uma grande decepção
As Viagens de Gulliver (confira trailer, fotos e horários das sessões) desperdiçaram uma boa oportunidade. A história do livro de Jonathan Swift seria um prato cheio para a indústria cinematográfica do século 21 e seus recursos tecnológicos. Mas nem o uso do 3D salvou o roteiro fraquíssimo, piorado pelo desempenho cansativo de Jack Black, que infantilizou o personagem principal além da medida.
O Gulliver de Jack Black é um homem bobo e fraco, que não cativa a simpatia do público. Ele é o contínuo da redação de um jornal, que não tem coragem de falar com os jornalistas nem de se aproximar da editora de turismo, por quem está apaixonado.
Depois de mentir para ela (e copiar textos da internet para dizer que sabe escrever), ele é enviado para o Triângulo das Bermudas para uma reportagem de turismo e acaba indo parar em Liliput, a terra das pessoas minúsculas. Aí, então, é um desperdício de talento.
No elenco, além do careteiro Jack Black, estão Cris O'Dowd e Emily Blunt, que não escapam do ridículo dos personagens bobinhos. A única boa sacada de As Viagens de Gulliver são as paródias de filmes recentes, cujas histórias Gulliver conta aos liliputianos como se tivessem acontecido com ele. Ele morreu em Titanic e foi um ser azul em Avatar. E os pobres liliputianos acreditam em tudo. Isso dá uma medida da ingenuidade do roteiro.
Marleth Silva
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