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Enquanto nos pavilhões do Expo Trade, em Pinhais, representantes das mais diversas nacionalidades iniciavam as discussões sobre biossegurança e transgênicos, no primeiro dia da 3.ª Reunião das Partes do Protocolo de Cartagena (MOP3), do lado de fora, cerca de 800 manifestantes de diversos movimentos sociais ligados à Via Campesina fizeram uma pequena marcha. A partir das 15 horas de segunda-feira, eles percorreram algumas quadras até chegar no pavilhão para participar do Fórum Global da Sociedade Civil, evento paralelo aberto ao público.

Ao contrário de auditórios estruturados nos padrões da Organização das Nações Unidas (ONU), no pátio do Expo Trade foi montada uma tenda de 400 metros quadrados para que a biossegurança e a biodiversidade sejam debatidas abertamente. No lugar de mastros com as bandeiras dos países, manifestantes hasteiam o estandarte dos movimentos a que pertencem, como dos Sem-Terra (MST), dos Pequenos Agricultores (MPA) e dos Atingidos por Barragens (MAB). Ao invés de discussões em inúmeros idiomas, ali quase todos falam português e fazem parte do mesmo coro.

O posicionamento contra os transgênicos domina a opinião dos ativistas. O objetivo é pressionar o governo federal a defender a rotulagem específica para produtos feitos de organismos geneticamente modificacos. "A questão de rotulagem é de saúde pública. Queremos que todos saibam o que estão consumindo", afirma um dos coordenadores do MST, Roberto Baggio.

Os manifestantes exigem que os consumidores tenham acesso à informação de que um produto "contém" ou "não contém" transgênico (e não, o "deve conter"). "Queremos que isso seja implementado em curtíssimo prazo", ressalta uma das responsáveis pelo evento paralelo, Maria Rita Reis, da organização não-governamental Terra de Direitos. No final da noite de ontem, o governo os atendeu parcialmente, já que se posicionou pelo mesmo modelo de rotulagem, porém, a ser implementado em quatro anos.

Multinacionais

O protesto é direcionado também contra multinacionais. "Esperamos que o governo brasileiro entenda que deve defender os nossos interesses, dos agricultores, e não das multinacionais", revela a professora e integrante da Associação de Cultura Orgânica, Marijane Lisboa. "Nós não vamos interferir na pauta do estado, mas queremos chamar a atenção do mundo sobre a exclusão dos camponeses dos debates", afirma o representante da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Dionísio Vandresen.

A participação dos ativistas foi encerrada por volta das 17 horas, quando todos cantaram o Hino Nacional e fizeram nova marcha de saída. Está prevista para hoje, às 14 horas, a participação da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, no Fórum Global.

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