Programe-se
Acervo MON Aquisições 2013/2014
Museu Oscar Niemeyer (R. Marechal Hermes, 999 Centro Cívico), (41) 3350-4400. Visitação de terça-feira a domingo, das 10h às 18 horas. R$ 6 e R$ 3 (meia-entrada). Até março.
Obras da Lava Jato devem ficar em Curitiba
Entre os trabalhos exibidos na mostra Acervo MON Aquisições 2013/2014, estão 15 obras de arte apreendidas na operação Lava Jato. O conjunto traz quadros valiosos no mercado e representativos para a história da arte brasileira, como uma tela do pintor modernista Di Cavalcanti, dois óleos de Cícero Dias e um nu de Tony Koegl, além de obras de Iberê Camargo, Claudio Tozzi, entre outros. Os trabalhos foram apreendidos com a doleira Nelma Kodama quando a Lava Jato foi deflagrada, em março do ano passado.
De acordo com o museu, há possibilidade que as obras fiquem no espaço de forma permanente o MON já manifestou essa vontade, mas a decisão será do responsável pela Lava Jato, o juiz federal Sérgio Moro.
A diretora do museu, Estela Sandrini, disse que o conjunto de obras apreendidas na operação é "excelente", e que é desejo tanto do museu quanto dos visitantes que os trabalhos possam integrar o acervo.
Uma fotografia em que o filósofo francês Jean-Paul Sartre caminha em uma praia da Lituânia, em 1965, feita pelo fotógrafo Antanas Sutkus, lenda viva da fotografia mundial, é uma das raridades de um conjunto representativo: as doações que o Museu Oscar Niemeyer recebeu entre 2013 e 2014, que estão expostas para o público agora na mostra Acervo MON Aquisições 2013/2014. O lituano fez a doação de outras duas obras quando foi tema de uma mostra individual no espaço, em 2012.
Entre as 70 obras da mostra 15 delas apreendidas pela Polícia Federal na operação Lava Jato (leia mais ao lado), estão trabalhos como Manequins (1991), do pintor, gravurista e professor gaúcho Iberê Camargo (1914-1994). A aquarela de tons sóbrios é um dos trabalhos da mostra preferidos pela diretora do MON, Estela Sandrini. "É uma obra de expressão. Vemos que ele [Iberê] tem uma força própria," acredita.
Uma gravura do polonês Jacek Sroka, conhecido por extrapolar os limites entre o ficcional e o real em sua obra; e um trabalho da brasileira Leda Catunda, uma das artistas mais representativas da chamada Geração 80 no Brasil, ambas doadas pelos próprios artistas, também integram a mostra.
Locais
O conjunto abrange ainda vários trabalhos de profissionais locais, como três obras em resina de Lígia Borba, e Tempos Transversos, produzido por Guita Soifer, um conjunto de vários pequenos quadros em que a artista plástica aborda o Holocausto. A reprodução fotográfica Nada Parece Ser Verdadeiro Que Não Possa Parecer Falso, de Juliana Stein, também está lá a fotógrafa e artista vem se destacando nacional e internacionalmente nos últimos anos. Em 2013, ela expôs uma série de trabalhos na 55ª Bienal de Veneza.
Particulares
Colecionadores particulares realizaram suas doações ao acervo, como Retrato de Estanislau Traple, de Erbo Stenzel, doada por Elizabeth Turin. A própria diretora do MON já realizou doações ao museu, como os trabalhos de Alceu Chichorro, que pertenciam à coleção de seu pai. "Isso mostra a confiança dos colecionadores e dos artistas em deixar as obras com o museu", acredita Estela. Todas as doações passam por uma análise da Comissão de Seleção de Acervo. Depois, por quarentena e limpeza, para então serem acondicionados na reserva técnica, que segue todos os padrões internacionais de umidade e temperatura ideais para conservação.
Ganhos
As doações acabam sendo a única forma de o MON incrementar e fazer crescer seu acervo (atualmente, em 3.400 obras), já que, de acordo com a diretora, "não se abriu uma frente para compra". Sem verba disponível, são os artistas que ajudam o espaço a aumentar a oferta em sua vinda a Curitiba no ano passado, o fotógrafo Sebastião Salgado anunciou a doação de cinco obras da exposição Genesis Sebastião Salgado ao acervo (elas serão escolhidas pelo próprio artista no término da mostra, em cartaz até março).
Para a diretora, só o tempo vai contar qual será a importância do acervo do MON. O que já se sabe é que ele é o coração de um espaço museológico. "A maior riqueza de um museu acontece quando ele consegue produzir exposições com o seu próprio conteúdo", salienta Estela Sandrini.
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