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O documentário "Lorca, el mar deja de moverse" analisa as causas e o ambiente que cercou a morte do poeta espanhol, algo que o diretor da produção, Emilio Ruiz Barrachina, considera um exercício de recuperação da memória histórica.

- Este documentário é parte da recuperação da memória histórica, que não é apenas desenterrar cadáveres e dar a eles um enterro digno, mas é muito mais, é dar a dignidade que merecem os que durante 70 anos não puderam falar - disse Barrachina na quinta-feira, durante a entrevista coletiva de apresentação do filme.

No filme se misturam imagens da época com testemunhos de historiadores como Ian Gibson e Paul Preston, escritores e familiares que ajudam a reconstruir a rede de nomes que cercaram o poeta em suas últimas horas.

O filme também mergulha no passado da família de Federico García Lorca que, segundo Pilar Góngora, uma das pesquisadoras em cujo trabalho se baseia o filme, provocou um "ódio ancestral", que pode ser uma das causas do final trágico.

De acordo com Góngora, a inimizade em Granada entre a família de Lorca e outras famílias pode ter feito com que algum membro delas, próximo ao franquismo, denunciasse o poeta.

Entre os testemunhos recolhidos por Barrachina, surpreende o da sobrinha do autor, Laura García Lorca, que preside a fundação que leva o nome do poeta e que reconhece nunca ter se interessado antes pela morte de seu tio.

Lorca foi assassinado em Granada, acredita-se que na madrugada do dia 18 de agosto de 1936, exatamente um mês depois do começo da Guerra Civil espanhola. Seu corpo nunca foi recuperado.

O historiador e biógrafo do poeta Ian Gibson reclamou a necessidade de recuperar os restos do autor para conhecer as condições em que ele morreu e render-lhe culto.

- Os restos de Lorca não pertencem apenas a sua família, pertencem a todos os que o amamos - afirmou na apresentação.

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