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GP-Como foi sua entrada no projeto, Heloísa?HP – Eu conheci o Jason no Brasil há cinco anos. Ele já tinha referências do meu trabalho como fotógrafa. E eu vi que ele tinha um olhar cinematográfico e que poderia fazer um belo trabalho pela preocupação que demonstrava com o tratamento da imagem. Enfim, nós tivemos aquela sintonia artística de coincidências, de referências e aí eu aceitei participar do projeto. Aliás, eu sou uma das pessoas do filme que permaneceu na equipe do começo ao fim.Quais os elementos principais que vocês consideraram para retratar a realidade do filme?HP – Nós queríamos mostrar como a situação está tensa em São Paulo. Por isso, filmamos várias ocorrências na cidade e procuramos colher depoimentos de todos os envolvidos, como o do seqüestrador, de uma seqüestrada e de um policial.

Que reação você espera para o filme no Brasil?HP – Eu acho que os brasileiros têm de ver esse filme. Sei que vai ser difícil mostrar o filme lá. Politicamente, Manda Bala é uma bomba. Mas o olhar de Jason, não é um olhar de clichês. Acho que, sem dúvida, é um filme que vai provocar reflexão.

O filme americano "Padre Nuestro" (ainda sem título em português) obteve neste domingo (28) o grande prêmio do júri no Festival de Sundance, o mais importante do cinema independente, que também premiou "Manda Bala", documentário sobre o crime e a corrupção no Brasil.

Dirigida pelo americano Jason Kohn, "Manda Bala" também levou o prêmio de melhor diretor de fotografia de documentário, que foi para Heloísa Passos. Ela é curitibana e acaba de lançar seu novo trabalho, o documentário Caminho da Escola Paraná, sobre a jornada vivida por crianças moradoras da Serra do Mar. (confira no box ao lado trechos da entrevista de Heloísa ao jornal Gazeta do Povo, na edição deste domingo).

O diretor do festival, Geoffrey Gilmore, definiu as vitórias de "Padre Nuestro" e "Manda Bala" como "um marco", por causa dos assuntos tratados pelas produções.

"Padre Nuestro", que conta a história de um jovem imigrante ilegal mexicano que procura seu pai em Nova York, é a segunda produção centrada em temas hispânicos a conquistar o prêmio máximo do festival, após a vitória de "Meus quinze anos", no ano passado.

A premiação do filme dirigido pelo americano Christopher Zalla no festival, que termina hoje, coincide com o êxito de diretores mexicanos como Alejandro González Iñárritu, Alfonso Cuarón e Guillermo del Toro no anúncio das indicações ao Oscar.

O festival também premiou outros filmes que tratam de temas polêmicos.

Um dos assuntos mais freqüentes dos filmes premiados no festival foi a Guerra do Iraque. É o caso de "Grace is Gone", que conquistou o prêmio do público e de melhor roteiro. Estrelada por John Cusack, a fita conta a história de um pai de dois filhos cuja esposa morre em combate no Iraque.

Na categoria documentário, o júri concedeu um prêmio especial ao filme "No End in Sight", sobre os erros da política americana no Iraque.

O festival realizado anualmente na pequena localidade de Park City (Utah) também concedeu prêmios para filmes internacionais.

O júri premiou a produção israelense "Sweet Mud" e o documentário dinamarquês "Enemies of Happiness", sobre a vida de uma mulher afegã dedicada à política.

"In the Shadow of the Moon", sobre os astronautas da missão Apollo, foi considerado pelo público o melhor documentário estrangeiro, e, na categoria de drama, o prêmio foi para o musical irlandês "Once".

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