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"Você tem sempre o domínio da canção, fica muito à vontade. É um homem de palco, tem interação com o público. É fantástico". Essas foram as palavras do produtor musical Guto Graça Mello – responsável pela produção de mais de 350 CDs, de artistas como Elis Regina, João Gilberto e Milton Nascimento, entre outros – sobre a mais recente apresentação do curitibano Marcos Teixeira, um dos participantes da quarta edição do Fama, concurso televisivo aos moldes do estrangeiro American Idol.

Marquinhos, como é mais conhecido, já havia arrancado elogios dos demais jurados – a cantora Luciana Mello e o diretor de TV Carlos Magalhães – em suas duas apresentações anteriores, em que interpretou as canções "Me Deixa", de O Rappa, e "O Amanhã", dos Detonautas. No último sábado, quando o programa fez uma homenagem aos anos 80, Marcos cantou "Tão Bem", de Lulu Santos, conseguindo a quarta melhor nota de acordo com a votação do público por telefone e se safando, mais uma vez, do temido paredão.

Curitibano de 27 anos, Marquinhos é figura conhecida na cena de bandas que se dedicam a fazer covers de hits do pop/rock nacional e internacional em casas noturnas da cidade. O cantor já foi vocalista de formações como Zeus, Jakadillo e até do Mamomas Assassinas Cover. Sua mais recente banda, Magnólia, formada em 2001, ganhou fama entre o circuito de bares locais.

Trajetória

Filho de um locutor de rádio, Marquinhos se envolveu com a música desde muito cedo. Aos 7 anos, costumava acompanhar o pai no trabalho, o que o fez decorar o repertório de muitos artistas da época. "Claro que, antes disso, eu já cantava no banheiro todas as músicas do Jessé", revela, em seu perfil na página virtual do programa.

Antes de se inscrever no Fama, Marcos chegou a tentar a sorte em um concurso de calouros no programa de tevê local do vereador Roberto Hinça, além de ter tentado participar de um dos quadros do programa de Raul Gil. Mas, de acordo com o ex-colega de banda, o guitarrista Robson Dombrowski, o destino dele já estava traçado. "Era para acontecer. O Marcos é um artista nato. Nasceu com o dom e é muito esforçado", elogia.

Amigos desde a infância, Robson e Marcos, que sempre moraram no mesmo bairro, o Barreirinha, já tocaram juntos em outras bandas, além do Magnólia. De acordo com o guitarrista, Marcos sempre foi o mais dedicado ao trabalho do grupo, que chegou a gravar um CD no ano passado. "Para ele, não tinha tempo ruim. Era surpreendente. Enquanto todos estavam reclamando do cachê, ou da hospedagem, o Marcos tentava botar todo mundo para cima", conta.

Apesar da pouca idade e da cara de menino, Marquinhos já é chefe de uma família numerosa – é pai de Bruna, Lucas, Leonardo e Júnior – o grande motivo de tal dedicação à carreira de músico. Mas, de acordo com Robson, a dificuldade de divulgação de seu trabalho artístico em Curitiba levou o vocalista a dividir o canto com outras profissões, como o trabalho em uma loja de conveniência, onde preparava sanduíches. "Somos de famílias humildes. Ele precisava de uma oportunidade de mostrar o que sabe fazer", ressalta.

Robson, que tem acompanhado as apresentações do amigo na televisão, afirma já ter percebido uma evolução no trabalho de Marcos. O ex-guitarrista vem tentando, inclusive, organizar uma caravana curitibana para prestigiar as performances de Marcos, já que, segundo ele, a família Teixeira não tem condições de ir ao Rio de Janeiro todas as semanas.

"Acredito que ele tem potencial para conseguir uma vaga na final. Marcos tem um carisma natural e canta com a alma e o coração", explica Robson. A final do programa acontece no dia 17 de setembro, quando o público irá decidir entre três finalistas. O vencedor será premiado com um carro zero quilômetro, a gravação e divulgação de um CD, além de um show numa casa de espetáculos no Rio de Janeiro ou São Paulo.

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