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Quem assiste ao programa Linha Direta, apresentado pelo jornalista Domingos Meirelles, não faz idéia do quanto ele fala. Aos 66 anos, conta 41 como jornalista (21 deles na Rede Globo), este carioca que ainda vive no Rio de Janeiro, está assimilando a conquista do Prêmio Jabuti 2006, pelo livro "1930 – Os Órfãos da Revolução".

Ele passou duas décadas pesquisando a Coluna Prestes, trabalho que resultou no livro "As Noites das Grandes Fogueiras", lançado em 1995 pela Record. Em 2005, a mesma editora publicou seu segundo livro, "1930 – Os Órfãos da Revolução", vencedor do Prêmio Jabuti 2006 na categoria Ciências Humanas. A obra retrata os bastidores da conspiração que derrubou o presidente Washington Luís (1869 – 1957) a menos de um mês de transmitir a faixa ao seu sucessor, Júlio Prestes (1882 – 1946).

"Quero democratizar o conhecimento", diz o jornalista, que admite escrever livros para não enlouquecer de saudades do que chama "tempo glorioso da imprensa", quando um editor mandava o repórter sair e só voltar com uma boa história, o que poderia acontecer em 15 ou 20 dias. Às vezes, mais.

Meirelles explica que durante os 10 anos em que ficou envolvido com a produção de "1930..." abriu mão da vida social. "O ato de escrever, por si só, é um ato de renúncia. Você tem que abrir mão de uma série de outras atividades. Por exemplo, eu não tenho vida social, raramente vou ao cinema. "1930..." levei dez anos para construir, entre pesquisa e texto final. Nesse período, não fui ao teatro e raramente fui ao cinema", disse.

Sobre o prêmio, Meirelles conta que ficou surpreso em ganhar na categoria Ciências Humanas porque competiu com filósofos, historiadores e cientistas sociais famosos. "Quando eu soube que a Câmara Brasileira do Livro me colocou nessa categoria, eu já torci o nariz. Pensei: É uma forma elegante de me expelirem da premiação final", comentou.

Assinantes da Gazeta do Povo podem ler a entrevista completa no Caderno G

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