Aos 61 anos, Donna Summer é a diva maior da disco music| Foto: Divulgação

São Paulo - Era para ter sido uma música obscura. Aquelas canções pouco ouvidas em sua época e que, anos mais tarde, são redescobertas em compilações. Mas, meio sem querer, "I Feel Love’’ tornou-se um hino pop, e fez Donna Summer ser reconhecida como diva da disco music. Em 1977, a faixa foi lançada originalmente apenas como lado B do single que tinha a balada "Can’t We Just Sit Down (and Talk It Over)’’ como lado A. Ambas estavam no álbum I Remember Yesterday, o quinto da cantora.

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Nesse disco, Donna fazia uma homenagem à música do passado –e "I Feel Love’’ representava o futuro. "Lançamos o single esperando que ‘Can’t We Just Sit Down’’ fosse ser um sucesso. Mas os DJs começaram a tocar bastante ‘I Feel Love’", lembra.

A canção certamente estará no show que ela realiza hoje e amanhã no Credicard Hall, em São Paulo. O single foi relançado nos EUA com "I Feel Love’’ como o lado-A. E foi um hit. Com poucas linhas vocais e um clima futurista alcançado graças à produção de Giorgio Moroder (que usou apenas sintetizadores como instrumentos, dispensando o uso de bandas de apoio, como era comum à época), "I Feel Love’’ ganhou aura icônica dentro da disco music, influenciou a new wave dos 1980 e foi ponto de partida para a house, o tecno e praticamente tudo o que foi feito depois na música eletrônica.

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"Quando começamos a compor essa música, estávamos escrevendo várias canções ao mesmo tempo. Estava ficando complicado, então eu disse a Giorgio: ‘Vamos deixá-la simples, com menos letra’", conta. "Deixamos praticamente uma linha vocal. Ficou simples, direto, limpo. O vocal te carrega para cima e para baixo.’’ É um clima que Summer conhece, pois frequentava clubes nos anos 1970.

"Saía para dançar todas as noites e ficava até amanhecer. Quando comecei a fazer muito sucesso, não dava mais, não conseguia me divertir por causa do assédio.’’

"I Feel Love’’ traz Summer e Moroder no auge. A dupla deve voltar a trabalhar junta: "Quero fazer um novo disco com ele, talvez no ano que vem.’’ Nos shows no Brasil (ontem ela se apresentou no Rio), Donna mostra muitos hits e algumas faixas de Crayons, seu 17.º disco, que chegou às lojas no ano passado. Será acompanhada por uma banda de oito músicos, além de três cantoras de apoio e três dançarinos.

"O artista tem de estar livre, senão vai se sentir pressionado e não conseguirá desenhar todas as cores’’, filosofa, a respeito de Crayons. "Minha mente e meu coração estavam livres quando fiz esse disco.’’

Essas "diferentes cores’’ foram pintadas com a ajuda de vários produtores convocados para ajudar a cantora. "Não lançava um disco há muito tempo, por isso queria gente nova, gente que estivesse fazendo coisas legais hoje.’’ Entre esses produtores, está Greg Kurstin, que trabalhou com Lily Allen e Kylie Minogue.

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Serviço

Donna Summer. Hoje e amanhã, às 21h30. Credicard Hall (Av. das Nações Unidas, 17.955 – São Paulo; tel. 0 XX 11/2846-6010) Ingressos de R$ 100 a R$ 700. Classificação etária: 16 anos (14 e 15 anos: acompanhados de pais ou responsável)