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Desde sempre conhecida como uma banda indie (abreviação de independente) a escocesa Teenage Fanclub, após 17 anos de carreira, mais que nunca, agora faz jus ao rótulo. O grupo formado por Norman Blake (guitarra), Raymond McGuinley (guitarra), Gerard Love (baixo) e Francis MacDonald (bateria) lançou, no ano passado seu oitavo álbum pelo selo PeMa, recém-criado pela banda, que bancou a gravação do trabalho, realizada em Chicago. Man-Made chegou ao Brasil no mês passado, pela Slag Records, uma das gravadoras da rede de selos independentes que vêm distribuindo o álbum ao redor do mundo. Em entrevista por telefone ao Caderno G, o cantor, compositor e guitarrista do Teenage Fanclub, Norman Blake, falou desta nova fase do grupo. Confira a seguir alguns trechos da conversa.

Caderno G – Man-Made foi gravado em Chicago, nos EUA. Como foi essa experiência e por que vocês optaram por gravá-lo fora de sua terra-natal, Glasgow? Esta é a primeira vez que gravamos um álbum fora do Reino Unido. No momento de decidirmos quem produziria o álbum, o nome de John McEntire acabou aparecendo em nossas conversas. Nossa idéia inicial era trazer John para Glasgow, mas ele sugeriu que fôssemos para Chicago, pois poderia conseguir um bom acordo no estúdio e acomodações baratas. Após pensarmos um pouco, decidimos que seria bom passear por um outro lugar, estar em um ambiente diferente e foi o que fizemos. Passamos um mês em Chicago, gravando. Foi uma experiência bastante agradável. Nos damos muito bem com John e ficamos muito felizes com o disco.

Muita gente esperava que a produção de McEntire alterasse bastante a sonoridade da banda, visto que o trabalho dele no Tortoise segue uma linha mais experimental. Quais foram as contribuições de McEntire em Man-Made? Acho que sempre fomos o tipo de banda que mantém uma progressão gradual de um disco para outro. John chegou para a gente e disse "o que eu posso fazer é grava-los muito bem". E foi basicamente isso o que ele fez. Gastou bastante tempo ajustando detalhes da mixagem, nos forneceu um estúdio excelente, repleto de equipamentos vintage. É claro que tentamos desenvolver nosso som, mas acho que em Man-Made isso aconteceu mais no sentido das letras, que estão um pouco diferentes. Quanto aos arranjos, cada um tem sua própria assinatura, seu estilo, sempre mantivemos isso, embora não seja exatamente um padrão.

O álbum é composto por quatro canções suas, quatro de Raymond e quatro de Gerard. Esse equilíbrio no número de composições de cada integrante é algo espontâneo ou vocês buscam dividir tarefas?Em termos de composição somos uma banda bastante democrática (risos). Essa é simplesmente a maneira como o grupo se desenvolveu ao longo dos anos. Gradualmente fomos percebendo que gostamos da idéia de termos quatro canções de cada, pois podemos nos concentrar nelas e eventualmente torná-las melhores. As pessoas têm dinâmicas diferentes e com a gente, felizmente, essa maneira de trabalhar funciona bem.

Após 17 anos de estrada vocês agora são independentes. Lançaram Man-Made pelo seu próprio recém-criado selo, PeMa. Como foi essa decisão e o processo de criação da gravadora?Nosso contrato com a Sony havia chegado ao fim, como não tínhamos mais vínculos com ninguém, achamos que seria a coisa certa a ser feita. Temos o intuito de futuramente relançar nossos primeiros álbuns e fazendo isso sobre o nosso próprio selo temos como controlar melhor como tudo será feito. Obviamente temos muito mais trabalho agora, mas tudo está bem melhor, pois podemos lançar o que quisermos e quando acharmos melhor.

A banda tem planos de voltar ao Brasil para uma turnê de Man-Made?Nós gostaríamos muito de ir ao Brasil novamente. Nós acabamos uma longa turnê, de sete meses e estamos entrando em um pequeno recesso. Mas sim, adoraríamos voltar em breve ao Brasil, estamos só esperando o convite.

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