A escritora inglesa Doris Lessing ganhou o prêmio Nobel de Literatura, anunciado na quinta-feira (11). A autora não constava na lista de favoritos, que tinha nomes como o do romancista e ensaísta italiano Claudio Magris, o do poeta australiano Les Murray e o do "eterno" candidato americano Philip Roth.
Aos 87 anos, ela é a pessoa mais velha a receber o prêmio, a 34ª mulher a receber um Nobel e a 11º o de Literatura. "Estamos absolutamente contentes e é claro que é bem merecido", disse Jonathan Clowes, agente de Lessing há muitos anos, em nota lida à Reuters.
Doris Lessing nasceu Doris May Tayler, em 1919, na Persia (atual Irã), filha de pais ingleses. Mudou-se para a Rodésia do Sul (atual Zimbabwe), o que influenciou muito sua literatura. Em seus livros, Lessing discute tensões interraciais, violência contra crianças e movimentos feministas.
A autora, que vive na Inglaterra desde 1949, lançou romances, poesias e contos, além de livros que ficaram conhecidos como "ficção espacial", pelas histórias em que naves espaciais colonizam planetas distantes.
Estreou como romancista com "The Grass is Singing" (1950), livro que examinava a relação entre a mulher branca de um fazendeiro e sua criada negra. "O Carnê Dourado" (1962) é considerado o romance que lhe abriu as portas para a reputação literária.
"O nascente movimento feminista o viu como um trabalho pioneiro, e ele pertence a um punhado de livros que formaram a visão do século 20 sobre a relação homem-mulher", disse a academia.
Entre as obras de Doris Lessing vendidas no Brasil estão "Debaixo de minha pele" , "O sonho mais doce", "Amor, de novo" e "Andando na Sombra", publicados pela editora Companhia das Letras; "Shikasta" e "As experiências de Sirius", pela editora Nova Fronteira.
O Nobel de Literatura concede 10 milhões de coroas suecas (US$ 1, 5 milhão) ao vencedor. O prêmio será entregue em 10 de dezembro, aniversário da morte do fundador da academia.
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