Drama de Ibsen entre os destaques do Filo

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Na prática, a 42.ª edição do Festival Internacional de Teatro de Londrina, o Filo, começa hoje, às 19 horas, com a primeira de duas apresentações do espetáculo infanto-juvenil A Lenda do Príncipe Que Tinha Rosto. A montagem da paulista Cia. de Teatro Artesanal, em atividade há 14 anos, será apresentada no gramado do Parque Zerão, também na sexta-feira, no mesmo horário. Conta, por manipulação de bonecos, projeções e máscaras, a história de um reinante que desperta para a liberdade após anos de clausura, por ser o único do reino a ter rosto.

A cerimônia de abertura, contudo, acontece amanhã, às 20h30, no Teatro Ouro Verde, com o monólogo Determinadas Pessoas – Weigel. A atriz Esthér Goés interpreta Helene Weigel (1900-1971), resgatando da sombra de Bertolt Brecht a biografia daquela que não apenas foi sua mulher e a intérprete das principais personagens femininas do dramaturgo alemão (como em Mãe Coragem e Seus Filhos), mas criou com ele a Berliner Ensembler e dirigiu a companhia por 15 anos depois da morte do companheiro. Apresentada em 2008 no Porto Alegre em Cena, a peça já passou também por Curitiba, no Fringe 2010.

O Filo continua até 27 de junho oferecendo ao público paranaense uma seleta de espetáculos nacionais e internacionais (leia ao lado), inéditos no país ou consagrados. Ainda em se tratando de brasileiros, a cidade recebe o drama de O Pato Selvagem, uma das principais obras do dramaturgo norueguês Henrik Ibsen, escrita em 1884 desvelando como a dissolução de uma mentira "necessária" pode minar a harmonia em uma família. A montagem é apresentada pela companhia paulista Les Commediens Tropicales, e já está garantida na programação do Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto, que acontece no próximo mês.

Doido, outro monólogo, que rendeu ao ator Elias Andreatto o prêmio da Associação Paulista de Criticos de Arte e uma indicação ao Shell, está entre as atrações que já chegam a Londrina respaldadas por crítica e público. Assim como Aqueles Dois, imperdível versão da Cia. Luna Lunera, de Minas Gerais, para o conto de Caio Fernando Abreu. E Memória da Cana, do Os Fofos Encenam, uma adaptação feita por Newton Moreno para a peça Álbum de Família, de Nelson Rodrigues, ambientada em um canavial, com interpretações viscerais de amores incestuosos.

Ambas passaram pela Mostra Contemporânea do Festival de Curitiba, como também Vida, o espetáculo da Companhia Brasileira de Teatro que se inspirou na obra de Paulo Leminski e foi a estreia mais aplaudida do festival curitibano este ano. Sem contar participações de grupos infantis importantes como o Udi Grudi, de Brasília, e seu O Cano, e a curitibana Cia. do Abração, com O Trenzinho Caipira.