2010 também começa com a estreia de Lula O Filho do Brasil, de Fábio Barreto. Nunca antes na história deste país um filme foi tão discutido, ganhou tanto espaço na imprensa e provocou tamanha polêmica antes de sua exibição. Motivos para tanto barulho não faltam.
Em primeiro lugar, este é o ano de eleição e o personagem central do longa-metragem é o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Ele não esconde de ninguém que está em campanha para fazer de sua atual chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, a sua sucessora no Palácio do Planalto.
Outro fato, trágico, que colocou o filme na berlinda foi o acidente, no último dia 19, que vitimou o diretor Fábio Barreto. Ele está hospitalizado em estado grave e não vai participar do lançamento, que acontece nesta sexta-feira (1) com 500 cópias distribuídas em salas de exibição de todo o Brasil.
Outra coisa
Essa cinebiografia do presidente tem como ponto de partida o livro homônimo da jornalista Denise Paraná, que coassina o roteiro com Fernando Bonassi e Daniel Tendler.
O filme percorre a trajetória de Lula desde a sua infância, saindo de Caetés (PE) em um pau-de-arara em 1952, com a mãe, dona Lindu (Glória Pires, de Se Eu Fosse Você), e irmãos, rumo a Santos (SP). Na Baixada Santista, reencontram o pai, Aristides (Milhem Cortaz, de Tropa de Elite), alcoólatra e violento, que anos depois é abandonado por dona Lindu.
Em seguida, ela e os filhos mudam-se para São Paulo, depois São Bernardo do Campo. Nessa cidade, Lula (na fase adulta, interpretado pelo estreante em cinema Rui Ricardo Diaz) tornou-se operário e sindicalista, antes de entrar para a política.
É visível que o foco da história está no indivíduo Lula, procurando-se uma abordagem emotiva, que coloca em primeiro plano suas relações familiares.
Lula lá
Os produtores, Luiz Carlos Barreto e Paula Barreto, não escondem de ninguém que têm a intenção de fazer com que Lula O Filho do Brasil circule o máximo possível.
Já estão sendo finalizados acordos para a distribuição internacional do filme, que está sendo lançado na esteira de um grande interesse pelo presidente brasileiro no exterior. Especialmente após ele ter sido escolhido o "Homem do Ano" pelo jornal francês Le Monde, bem como a 33ª pessoa mais poderosa do mundo no ranking da revista econômica Forbes, uma das 50 pessoas que "moldaram a década" segundo o jornal britânico Financial Times, e uma das 100 personalidades do ano do mundo ibero-americano pelo jornal espanhol El País, com direito a um perfil escrito pelo primeiro-ministro espanhol, José Luis Zapatero. Além disso, Lula foi definido, pelo presidente norte-americano Barack Obama, como "o cara".
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