O nome de ambas é Érika. E as coincidências não acabam aí: Érika Martins e Érika Machado fazem música pop com alto teor de doçura. A mineira de sobrenome Machado lançou em 2006 seu primeiro disco, No Cimento, pelo qual a Associação Paulista de Críticos de Arte a elegeu cantora revelação. O atual Bem Me Quer Mal Me Quer é o segundo trabalho de Érika, desta vez feito sob a batuta de John Ulhôa (do Pato Fu), que comparece nas programações, guitarras e teclados e ainda como produtor função que tem exercido com ótimos resultados, como no disco mais recente de Zélia Duncan. A garota compõe em parceria com a amiga Cecília Silveira a maior parte das 15 faixas. Em algumas, divide os créditos com John, que assina sozinho "Plutônio Enriquecido", confirmando a filiação do disco ao pop lúdico do Pato Fu.
Se há uma ponderação a ser feita, é que tudo soa meio inofensivo, mas o jeito manso é mesmo o que mais chama atenção em Érika Machado à primeira vista. Mesmo em uma entrevista por telefone, sua fala é tímida, baixinha, uma delicadeza só.
O encarte de Bem Me Quer..., feito a traços de lápis-de-cor, combina com as nuances infantis da voz dela. É edulcorado, infantil, no melhor dos sentidos. Nada disso cai no tédio porque é feito com bom gosto e bom humor, especialmente nos temas que traçam o perfil de personagens urbanos solitários: o "Tiozão do Bar" e seus pequenos entretenimentos, a "Solitaria Secretaria da Agencia de Turismo", cuja vida só ganha sentido quando vai ao cinema.
Destacam-se ainda a animada "O Menino Perfeito", quebrando as espectativas; o som singelo da canção-título em sua versão "2.0", a triste "Tanto Faz" e os versos pra cantar junto que encerram "Control Z", já que ninguém discordaria: "a vida merecia um control z".
Ex-Penélope
Famosa nos anos 90 por sucessos como "Namorinho de Portão" e "A Mais Pedida" (com os Raimundos), dos tempos em que liderava a banda baiana Penélope, Érika Martins parte em voo-solo com o disco que leva seu nome. Mas o som que faz agora deve agradar os mesmos fãs de outrora. Pouca coisa mudou.
Tanto que o seu maior trunfo é o rock (sugestivamente batizado de) "Sacarina". O single reedita o jeito de menina que dominava a Penélope, com uma interpretação debochada e letra menos comportada. É empolgante, feito para as rádios.
A moça mostra mais atitude do que a de sua xará. Por outro lado, o conjunto do seu trabalho é irregular. Sobressai a participação da cantora mexicana Julieta Venegas, com quem Érika divide os vocais da versão para o português de "Lento" entre outras faixas menos relevantes.
Leia entrevista com Érika Machado no blog do G (http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/blog/blogdocadernog/)
Serviço: Érika Martins, de Érika Martins. Bem Me Quer Mal Me Quer, de Érika Machado.
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