Aos 75 anos, o premiado ator Dustin Hoffman passou para trás das câmeras e estreia na direção com o filme britânico "O Quarteto", sobre um grupo de cantores líricos aposentados, que estreia na quarta-feira nos EUA. Hoffman falou à Reuters sobre dirigir filmes, sobre ópera e sobre por que levou tanto tempo para passar ao outro lado da câmera. P.: Você tentou estrear na direção em 1978, com o drama policial "Liberdade Condicional". O que aconteceu? R.: Selecionei o elenco, comecei a rodar e estava atuando e dirigindo. Mas não tínhamos playback . Eu não conseguia esperar dois dias para saber como eu tinha feito, então me demiti como diretor e um amigo meu (Ulu Grosbard) assumiu. É um dos melhores filmes dos quais participei, e um dos melhores trabalhos de atuação que fiz, mas foi um erro do qual me arrependo . Eu deveria ter insistido porque provavelmente teria continuado a dirigir. P.: E agora você é um diretor estreante aos 75 anos. O que o atraiu para esse projeto em particular? R.: Gostei da ideia de pessoas que não estão mais no seu auge, que estiveram anteriormente no seu pico de excelência. Soube que o roteirista se inspirou em um documentário chamado "Tosca's Kiss", sobre um lar para cantores de ópera e músicos aposentados, em Milão. Era tão pungente porque eles não conseguiam mais fazer o que antes faziam de forma tão brilhante. Agora eles estavam em um lar para aposentados, e se recusavam a se aposentar espiritualmente, isso me pegou. P.: Você sentiu algum paralelismo com sua própria vida? R.: Não especificamente. Até agora, o vigor não foi embora de mim. Na verdade, a prova disso é que dirigir exige muito vigor. Mas eu digo brincando coisas do tipo: "Tudo bem, não trabalho à noite, não trabalho no frio, não trabalho no molhado. Já fiz tudo isso". Não vou passar a noite em um rio de água congelando como fiz uma vez num filme. Mas se aparecer um roteiro que tiver tudo isso e for um grande papel, com certeza eu faço.
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