As vendas de vídeos digitais podem tirar novamente os estúdios de cinema do sono profundo e dar aos produtores lucros que não encontram na telona, segundo as últimas análises da indústria do entretenimento.
As vendas de reprodutores e discos de DVD demonstram o crescente apetite dos consumidores americanos por filmes, programas de televisão e outros conteúdos neste formato.
Em seu último informe anual, a Associação de Negociantes de Programas de Vídeo (VSDA, na sigla em inglês), indicava que os americanos gastaram mais do que o dobro em compras e aluguéis de vídeos digitais e fitas VHS em 2004 do que em entradas para filmes projetados.
O gasto em vídeos domésticos superou os US$ 24 bilhões, segundo os números da VSDA. As vendas representaram US$ 16 bilhões de dólares, o que indica um incremento de 15% em relação ao ano anterior, enquanto o aluguel gerou US$ 8 bilhões, cifra similar à de 2003.
Quase 60% dos lares tinham um reprodutor de DVD no fim do ano passado. Se as cifras incluírem os portáteis, a o percentual se eleva a 73%.
Os últimos dados do Digital Entertainment Group (DEG), uma corporação não lucrativa financiada pela indústria audiovisual para o estudo e análise do setor, indicam que nos seis primeiros meses de 2005 foram vendidos 14 milhões de aparelhos de DVD nos EUA, 6% mais do que no primeiro semestre de 2004.
Desde o lançamento deste formato, há 8 anos, foram vendidos mais de 140 milhões de reprodutores e o número de lares com DVD se elevou a 75 milhões, indicou a DEG.
Segundo o vice-presidente do DEG, Peter Staddon, as vendas de DVD "foram inicialmente movidas pelos entusiastas do cinema", dispostos a criar suas próprias cinematecas.
Atualmente, "a indústria está experimentando um sólido crescimento de outros gêneros", incluída a televisão em DVD (já correspondente a 7% dos novos títulos digitais), a música e outros produtos, "como prova o impressionante leque de títulos disponíveis", disse Staddon ao apresentar as estatísticas.
No fim de 2004, havia no mercado de DVD mais de 40 mil títulos. Entre os filmes de maior venda em 2005 está "Os Incríveis", da Pixar Animation, ganhadora de dois Oscar e que vendeu 5 milhões de cópias em seu primeiro dia em DVD.
As vendas de DVD se converteram em parte da estratégia comercial dos produtores de cinema e em um balão de oxigênio para uma indústria que no primeiro semestre arrecadou com suas estréias US$ 4,1 bilhões nos EUA e no Canadá, 6% menos do que no ano anterior.
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