A Conferência de Diversidade Biológica (CDB) não determina ações que devam ser seguidas por todos os países membros, nem se debruça sobre áreas ou espécies determinadas do planeta, nesse ou naquele lugar. Logo, não vai delegar sobre a Amazônia ou sobre a floresta de araucárias. Cada "Parte" decide sua ação e conta com a CDB como órgão apoiador de planejamento, a exemplo do ocorrido com 145 dos países membros.

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O acesso é restrito a delegados obervadores, mas a sociedade não fica alheia aos debates da COP/MOP. Os grupos ligados ao meio ambiente trabalham de forma muito particular: têm a cultura dos workshops, ou seja, dividem os resultados das pesquisas em eventos constantes.

As conferências de Curitiba

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Coincidem com a divulgação do projeto Avaliação de Ecossistemas, que contou com 1.360 peritos de 95 países durante quatro anos. Os pesquisadores apuraram que dois terços dos serviços da natureza estão em declínio. Dados da pesquisa tendem a ser citados pelos participantes para provocar medidas de urgência.

A bandeira é: "Apressar catalogação das espécies". Estima-se entre 10 milhões e 100 milhões de espécies. Há uma convenção de que sejam 12 milhões. Apenas 2 milhões estão listadas (mais precisamente 1,8 milhão de espécies). Estima-se que o Brasil detenha 20% das espécies conhecidas (1.750 milhão). Isso equivale a 13,1% do patrimônio mundial, mas apenas 10% foi descrito, o que representa um trabalho sem tamanho para a ciência brasileira.

Posição do Brasil na COP/MOP deve ser tensa. Além de ter se alinhado com EUA, Canadá, Austrália e Argentina, grandes exportadores, procura maior visibilidade no cenário mundial e pleiteia uma vaga no Conselho de Segurança da ONU. Deve sofrer pressão dos blocos mais à esqueda, como o francês, que alinha vários países africanos.

Dos 187 países membros e CEE, apenas 50 têm legislação ambiental. Ausência de normas tende a ser um agravante nas negociações. Conferências internacionais, embora primem pela organização, refletem a ebulição de ideologias, conflitos políticos e até religiosos. A expectativa é que a MOP3 seja um pequeno barril de pólvora.

Tudo pode acontecer. Até a semana passada, a gripe aviária não estava na pauta da COP/MOP. Hoje, aproveitando a presença de delegados dos países membros e ministros, o tema subiu na escala das prioridades. Além de ser um assunto de biossegurança – a migração de aves exóticas -, o surto anunciado deve causar danos ao meio ambiente e prejuízos às populações.

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