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As inscrições para a seleção dos longas-metragens brasileiros para concorrer ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2006 foram abertas nesta quinta-feira. Até o dia 12 de setembro, filmes lançados entre 1º de outubro de 2004 e o último dia da inscrição estarão concorrendo à vaga. O escolhido pela comissão - pela primeira vez, formada apenas por críticos de cinema - ainda disputará com representantes de outros países em janeiro.

O filme brasileiro escolhido será anunciado 22 de setembro, na sede do Ministério da Cultura, em Brasília. A festa do Oscar acontece em março do ano que vem. Antes, serão conhecidos os cinco candidatos estrangeiros que concorrerão à desejada estatueta.

O comitê este ano terá uma tarefa difícil. A qualidade dos filmes lançados de outubro para cá é muito baixa em relação aos outros anos. Algumas opções seriam "Gaijin 2" (que estréia dia 2 de setembro mas pode ser inscrito), de Tizuka Yamazaki; "Bendito fruto", de Sérgio Goldenberg; "Cabra-cega", de Toni Ventura; "Quase dois irmãos", de Lúcia Murat; "2 filhos de Francisco", de Breno Silveira; "O casamento de Romeu e Julieta", de Bruno Barreto; e "Nina", de Heitor Dhalia.

Desde a chamada retomada do cinema nacional, em 1994, três longas-metragens brasileiros foram indicados ao Oscar de melhor filme em língua estrangeira: "O quatrilho", de Fábio Barreto (1996); "O que é isso, companheiro?", de Bruno Barreto (1998); e "Central do Brasil", de Walter Salles (1999). Antes disso, apenas "O pagador de promessas", de Anselmo Duarte (1963), havia disputado. Mas nunca levamos a estatueta para casa. "Cidade de Deus", o mais forte candidato que tivemos, não foi indicado na mesma categoria e, sim, de melhor diretor, fotografia, edição e roteiro adaptado.

Nos últimos anos, a comissão tem escolhido filmes duvidosos. A busca costuma ser sempre por aqueles com mais chances de serem indicados, mas nem sempre são nossos melhores representantes. Em 2000, por exemplo, o comitê selecionou o fraco "Orfeu", de Cacá Diegues, no lugar do belo "A ostra e o vento", de Walter Lima Jr. Em 2002, escolheram "Abril despedaçado", nem de longe o melhor filme de Walter Salles. E naquele ano, tínhamos "Lavoura arcaica", de Luís Fernando Carvalho.

Ano passado, "Carandiru" foi escolhido, deixando para trás bons candidatos como "O homem que copiava", de Jorge Furtado, e "O caminho das nuvens", de Vicente Amorim. Não deu outra: "Carandiru" ficou fora da festa.

A comissão deste ano é formada pelos críticos Andréa França (RJ), Jaime Biaggio (RJ), João Carlos Sampaio (BA), Maria do Rosário Caetano (SP), Paulo Santos Lima (SP), Rubens Edwald Filho (SP) e Sérgio Moriconi (DF). As inscrições devem ser encaminhadas para o Ministério da Cultura/Secretaria do Audiovisual, Esplanada dos Ministérios, Bloco B, Brasília-DF, CEP 70068-900. Mais informações no site www.cultura.gov.br.

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