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Grades, jaulas, guardas, o controle de corpos e mentes e a destruição e descarte do semelhante, são o produto de uma compreensão de convivencialidade baseada na concepção de indivíduo isolado e que tem sua liberdade limitada pela liberdade do outro. A bestialização, a violência e o isolamento surgem como conseqüências. No entanto, um outro olhar é possível, na compreensão da interdependência de nossas singularidades e na possibilidade de ver na liberdade do outro a continuação da minha própria liberdade, como dizia Bakunin.

A integração e a harmonia que surgem desta visão não interpretam a diferença como divergência, nem conflito como briga e destruição, e geram a possibilidade de colagens complementares.

Diante da encruzilhada, as artes nos desafiam a olhar a realidade de maneira fatal ou de edificá-la a partir da chave que nos tornou humanos: a capacidade de colaborar e construir alternativas de convívio, onde ainda somos eu e você, mas só sobrevivemos em nós.

Claudio Oliver, 44 anos, coordenador da ONG Casa da Videira, co-autor do livro Servindo com os Pobres na América Latina, mestrando em Educação na PUCPR.

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