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Heloísa Périssé no monólogo "E Foram Quase Felizes Para Sempre". | Guga Melgar / Divulgação
Heloísa Périssé no monólogo "E Foram Quase Felizes Para Sempre".| Foto: Guga Melgar / Divulgação

Teatro

Confira informações deste e outros espetáculos no Guia Gazeta do Povo.

A rotina de Heloísa Périssé anda corrida. A atriz, de 47 anos, acabou de encerrar a primeira temporada da série A Primeira Dama, na Rede Globo, e estreou no mês passado E Foram Quase Felizes Para Sempre, monólogo de sua autoria. A peça tem apresentações neste sábado (2) e domingo (3) no Teatro Regina Vogue em Curitiba (veja o serviço completo no Guia Gazeta do Povo. Além da produção cênica, a artista também participa das gravações da novela Boogie Oogie, que começa nesta segunda-feira (4) na faixa das 18 horas. Durante um intervalinho entre tantos afazeres, ela atendeu a Gazeta do Povo para um rápido bate-papo sobre o espetáculo e sua nova empreitada na televisão.

Como se sente em seu primeiro monólogo?

Estou adorando. É tenso estar em cena sozinha porque não tem quem dê a deixa. Não dá para errar, mas é uma experiência que amei e quero repetir muitas vezes na minha vida. Não sei se todos os atores gostariam de passar por essa experiência. Tive uma preparação com o [espetáculo] Cócegas. A peça tinha nove quadros e eu ficava sozinha em alguns deles. Em outros, eu dividia a cena com a [atriz] Ingrid [Guimarães]. Nisso, eu experimentei viver o palco sozinha, mas eu ainda tinha ela ali para me salvar.

Sobre o que é "E Foram Quase Felizes Para Sempre"?

É um dramédia. A história teria que ser um drama, mas acaba sendo uma comédia porque mesmo narrando um enterro, eu acabo sendo engraçada (risos). Não é minha intenção (risos). Essa peça conta a história de uma mulher que começou a viajar muito para escrever um livro e descobrir as melhores praias, hotéis e resorts para uma lua de mel inesquecível. Só que ela se dedica tanto ao livro que acaba se separando do marido. No dia do lançamento da obra, ela descobre que ele está namorando outra. Aí ela fala: "gente eu não aguento, eu não vou conseguir lançar esse livro". E aí é que ela começa a contar a história.

Como é se relacionar com o público estando sozinha em cena?

O público super se identifica. Fica quase parecendo um teatro infantil, porque as pessoas reagem e comentam em voz alta. A peça tem um tom confessional muito legal. Quem a assiste fica muito próximo de mim. Eu acabo o espetáculo como se estivesse cercada dos meus melhores amigos. A gente cria uma intimidade muito grande. Só falta a galera subir no palco para consolar a minha personagem.

Recentemente foi divulgado que estrelaria outro seriado, chamado A Dama da Noite...

Pois é. Saiu isso em algum lugar. Mas ainda não falaram comigo não. Já me entrevistaram perguntando sobre isso, mas eu sempre digo que não sei.

E Boogie Oogie, como está?

Está excelente. A novela é linda. Eu faço um personagem totalmente diferente do que eu já fiz. É uma mulher que não tem muito humor. Ela é casada com um militar, vivido por Daniel Dantas, e tem três filhos. Ela é mais reprimida do que outras mulheres da década de 1970. Só que ela guarda um segredo, que não posso revelar agora, mas que vai ser importante mais para frente na novela.

Você tem preferência entre atuar em um palco ou em frente a uma câmera?Adoro o que eu faço. Não tenho preferência entre cinema, televisão e teatro. Não tive escolha na vida. Desde pequena eu quis ser atriz. As pessoas dizem que queriam ser médicas, fazem vestibular para Direito e hoje trabalham em uma loja. Eu não. Eu sempre quis ser atriz. Aos quatro anos, me perguntavam: "o que você será quando crescer?". Eu respondia: "atriz". Minha mãe ficava apavorada. Eu argumentava que não ia mudar não, pois tinha até nome artístico: Linda Strass (risos).

O monólogo passou pelo Rio e por outras cidades brasileiras. Como espera a recepção dos curitibanos?

Eu amo Curitiba. É um público maravilhoso e que gosta de teatro. Quando apresentei o Cócegas aí, tive quatro sessões no Guairão. Saíam duas mil pessoas para entrar outras duas mil. Agora vou para um teatro menor, mas essa peça tem um tom intimista. Então será bem legal.

O que você pretende passar para o público com o monólogo?

Seu eu tivesse que resumir a peça, eu usaria uma frase de Carlos Drummond de Andrade. "Você tem todos os motivos do mundo para não amar uma pessoa, mas apenas um para amar. Esse prevalece". O amor não tem uma lógica. Às vezes o cara é lindo, educado e maravilhoso, mas não adianta. O outro toca em um lugar que não é a tua razão. Acho que é importante a gente conseguir aceitar as diferenças no mundo. As pessoas não pensam igual. Elas são diferentes. Isso não precisa ser algo que as afasta. Ao contrário, isso pode ser complementar. E acho que o casal da peça decide isso: "vamos dar as mãos e vamos embora".

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