O festival de documentários É Tudo Verdade divulgou nesta terça-feira os nomes dos sete títulos inéditos que farão parte competição brasileira de longas e médias-metragens da 12ª edição do evento. Os concorrentes disputam o Prêmio "Janela para o Contemporâneo", no valor de R$ 100 mil. São ainda oito os finalistas para a disputa da competição brasileira de curtas-metragens.
Na Competição Brasileira de longas e médias-metragens, dois filmes focalizam questões da cidade de São Paulo. "Elevado 3.5" (SP), de João Sodré, Maíra Bühler e Paulo Pastorelo, retrata um marco urbano (o Minhocão, via expressa que corta a região central da metrópole) e seus personagens. Por sua vez, "Construção" (SP), de Cristiano Burlan, contempla o cotidiano de trabalhadores da construção civil.
A experimentação está também na base dos seis episódios reunidos em "Descaminhos" (MG), de Marília Rocha, Luiz Felipe Fernandes, Alexandre Baxter, João Flores, Maria de Fátima Augusto, Leandro HBL, Armando Mendz e Cristiano Abud. O filme que conta entre seus diretores com Marília Rocha, vencedora, com "Aboio", da Competição Brasileira do É Tudo Verdade de 2005 propõe uma viagem antropológica, entre paisagens naturais e urbanas, que retrata a vida de comunidades, tendo como eixo a linha de trem.
Três filmes retratam personalidades extraordinárias. "O longo amanhecer Cinebiografia de Celso Furtado", de José Mariani (RJ), título homônimo dos sete ensaios feitos pelo intelectual sobre a formação do Brasil, faz um balanço da vida e do pensamento de um dos maiores economistas brasileiros. Em "Lutzenberger: For Ever Gaia", de Frank Coe e Otto Guerra (RS), o desenvolvimento é visto a partir da ótica ambientalista na obra de José Lutzenberger, ecologista de grande expressão nacional e internacional.
O terceiro retrato é "Maria Bethânia Pedrinha de Aruanda", de Andrucha Waddington (RJ). O premiado diretor de ficções como "Eu, tu, eles" e "Casa de areia" e de documentários como "Viva São João" registra a face privada da cantora baiana, em cenas familiares e conversas com amigos.
O documentarismo investigativo é representado na disputa por "Nas terras do bem-virá", de Alexandre Rampazzo (SP), uma visão panorâmica da história da Amazônia, desde a década de 70 até os dias atuais. O foco são os vários conflitos em torno da terra: trabalho escravo em fazendas, camponeses acampados em beiras de estrada, massacres como o de Eldorado do Carajás, assassinatos como o da missionária Dorothy Stang.
Outras onze produções brasileiras foram selecionadas para mostras informativas do festival. São elas a hors concours "O engenho de Zé Lins", de Vladimir Carvalho (RJ) e o filmes "Handerson e as horas", de Kiko Goifman (SP), "Histórias do Rio Negro", de Luciano Cury (SP), "O mundo em duas voltas", de David Schürmann (SP), "Sempre no meu coração", de Andrea Pasquini (SP) , "De tempos em tempos", de Ana Johann (PR), "Hércules 56", de Silvio Da-rin (RJ), "KollaSuyo - A guerra do gás", de Pedro Dantas (Potosí/La Paz/El Alto/SP) , "Meu primeiro contato", de Mari Corrêa e Kumaré Ikpeng (PE), "Pixinguinha e a Velha Guarda do Samba", de Thomaz Farkas e Ricardo Dias (SP) e "Caroneiros", de Martina Rupp (RJ).
Por sua vez, oito produções de quatro estados participam da Competição Brasileira de curtas-metragens. Os selecionados são: "Capistrano no Quilo", de Firmino Holanda (CE) , "O desafio de Zezão", de Patrícia Cornils (SP), "Hibakusha: Herdeiros atômicos no Brasil", de Maurício Kinoshita (SP), "O homem da árvore", de Paula Mercedes (SP), "Porto Alegre de Quintana", de Fabiano de Souza e Gilson Vargas (RS), "Resistir", de Caco Souza (SP), "Stela do Patrocínio A mulher que falava coisas", de Marcio de Andrade (RJ) e "Um bom negócio", de Eduardo Duwe (SP).
O evento acontece de 22 de março a 1º de abril em São Paulo, de 23 de março a 1º de abril, no Rio de Janeiro, de 3 a 15 de abril, em Brasília, de 9 a 15 de abril, em Campinas, de 23 a 29 de abril em Porto Alegre.
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