Trajetória
Saiba mais sobre Aly Muritiba e sua produção cinematográgica
Formação
- Graduado em História Universidade de São Paulo (USP)
- Pós-graduado em Comunicação e Cultura Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)
- Graduando em Cinema e Vídeo Escola Superior Sul Americana de Cinema e TV do Paraná Faculdade de Artes do Paraná (FAP)
Filmografia (direção e roteiro)
2011
- Circular contemplado no Edital de Longa-metragem de Baixo Orçamento do Ministério da Cultura de 2009 (roteiro e direção)
2010
- Reminiscências curta-metragem contemplado na Lei de Incentivo do Mecenato Subsidiado de Curitiba de 2008.
Prêmio de melhor direção de arte e prêmio ABD de Curta-metragens no Festival de Triunfo de 2010.
Melhor curta no 5º Festival de Cascavel
Seleção Oficial do AXN Film Festival.
2009
- A Revolta documentário codirigdo com João Marcelo Gomes, contemplado pelo DocTV IV (2008)
2008
- Poemas Inúteis documentário em curta-metragem
Melhor documentário no 3.º Festival de Cascavel
- Com as Próprias Mãos curta-metragem
Melhor ficção no 16º Gramado Cine Vídeo
Seleção Oficial do AXN Film Festival
Hors-concour no 3.º Festival do Paraná de Cinema Brasileiro Latino (Curitiba)
Melhor ficção, direção, atriz, montagem e Troféu Caiçara de melhor filme do Festival Curta Cabo Frio (RJ)
Melhor atriz e curta para reflexão no Festival de Triunfo (PE)
2007
- Convergências curta de ficção
Melhor montagem no 6.° Curta Santos (SP)
A primeira lembrança que Aly Muritiba tem de um filme são os seios desnudos de Claudia Cardinale. Ao lado de sua casa, no pequeno município de Mairi, região central da Bahia, havia um terreno baldio onde, vez ou outra, circos, parques de diversão mambembes e cinemas itinerantes armavam tenda. "Eu tinha uns 8 anos e fui ver um bangue-bangue antigo, daqueles spaghetti." Ele não se lembra mais do título, mas o impacto da exuberância da bela atriz italiana vista na tela, gigante aos olhos do garoto hinotizado, jamais lhe escapou da memória. Até porque só colocaria os pés pela primeira vez numa sala de exibição de verdade, com paredes de tijolos e teto firme sobre a cabeça, aos 17 anos, quando se mudou para São Paulo, para estudar.
Hoje um promissor nome do cinema paranaense, e um dos diretores do longa-metragem Circular, em fase de finalização, o baiano se diz aclimatado e faz questão de ser identificado como um realizador local. Afinal, foi em Curitiba que o diretor, hoje aos 31 anos, fez todos os seus filmes. Mais importante: foi também aqui que deu uma guinada radical em sua história profissional, quando decidiu ingressar, no segundo semestre de 2006, na então recém-criada Escola Superior Sul Americana de Cinema e TV do Paraná, da Faculdade de Artes do Paraná (FAP)
Formado em História pela Universidade de São Paulo (USP), Muritiba havia se mudado, um tanto a contragosto, da capital paulista, onde trabalhava como professor em colégios da rede particular e chegou a fazer bico com bilheteiro do sistema metropolitano de trens. Sua mulher, Ana Lúcia, doutora em Biologia, foi transferida para Curitiba e ele não teve outra opção senão arrumar as malas. "Foi uma mudança por amor", graceja.
Os primeiros tempos foram duros. O baiano, que pretendia lecionar, não conseguiu emprego de imediato e, no auge de uma depressão gerada pelo ócio forçado, chegou a prestar concurso e fazer treinamento para o Corpo de Bombeiros por quase um ano até concluir que a rigidez da vida militar não era bem a sua praia.
Foi então que ficou sabendo do curso de cinema e vídeo, que abriria sua primeira turma no ano seguinte na FAP. Muritiba resolveu apostar no escuro e acabou encontrando, meio sem querer, uma vocação que nem imaginava ter. "Sempre gostei de ver filmes, mas não era um cinéfilo. Não conhecia muito cinema europeu, asiático, mas a produção comercial de Hollywood."
Aos poucos, na medida em que cursava as matéria do curso, ele foi se dando conta de que tinha jeito para escrever roteiros, encontrou em si a disciplina necessária para tocar a produção de um filme e, por fim, o instinto, a tenacidade e o talento para arriscar sentar-se na cadeira de diretor.
Ao mesmo tempo irriquieto, mas focado, concentrado, Muritiba diz gostar de pôr a mão na massa, de fazer as coisas acontecerem. "Entrei no curso mais velho, já tendo cursado uma graduação. Não queria perder tempo com festas e outras bobagens." Por conta dessa determinação e de uma certa urgência em dar um rumo a sua vida, começou a produzir muito cedo. "Tinha em mim esse instinto de sobrevivência muito forte do sertanejo. Lá de onde eu vim, é tudo muito difícil."
Projeto coletivo
O longa-metragem Circular, que deve estar pronto dentro de poucas semanas, parte de uma ideia muito inventiva. Cinco realizadores, todos oriundos Escola Superior Sul Americana de Cinema e TV do Paraná, assinam o roteiro e a direção do filme, cada um respondendo pela história de um dos personagens, que tem seus caminhos entrecruzados por uma Curitiba sobre as rodas de um ônibus. O elenco inclui Letícia Sabatella, Cesar Troncoso, Santos Chagas, Marcel Szymanski, Bruno Ranzani, Luiz Bertazzo, Débora Vecchi e Gustavo Pinheiro.
"O germe do argumento nasceu de uma ideia minha, mas o projeto só ganhou vida pela iniciativa de todos os diretores envolvidos, que trouxeram suas propostas, visões de cinema. É um trabalho realmente coletivo." Realizar um filme em longa-metragem demanda uma engenharia de produção gigantesca, por mais modesto que seja seu escopo. E fazê-lo a dez mãos, então?
Além de Muritiba, integram o time de diretores de Circular Adriano Esturrilho, Bruno de Oliveira, Diego Florentino e Fábio Allon. O projeto foi viabilizado, em 2009, pelo Edital de Filmes de Baixo Orçamento do Ministério da Cultura (MinC), que conferiu ao roteiro um prêmio de R$ 1 milhão, que, diz Muritiba, foram suficientes para a realização do longa.
Ele conta que houve brigas, desentendimentos e todos tiveram a generosidade de ouvir e fazer as concessões necessárias para que o resultado final tivesse uma unidade e, ao mesmo tempo, guardasse as particularidades do cinema dos envolvidos. Complicado, mas desafiador. "Cada um dirigiu a história de seu personagem, mas quando ele adentrava a narrativa de outro, como coadjuvante, o diretor responsável o conduzia, mas tudo dentro de uma coerência dramática e estética, é claro."
Chegar a esse filme, conta o baiano, foi uma longa estrada, construída quilômetro a quilômetro com o aprendizado proporcionado pelos trabalhos que fez (confira quadro ao lado) e ainda vem fazendo desde seu ingresso na FAP "Ainda não conclui. Tá difícil conciliar faculdade, carreira, produtora..."
Pai de Daniel, de 8 anos, e Natália, 3, nascida em Curitiba, Aly, cujo sobrenome rima com o nome da cidade que resolveu adotar como lar, não pretende ir embora. "Quero fazer cinema aqui, contar histórias com o sotaque daqui." Tanto que que acaba de escrever um roteiro, do longa-metragem SATG FILM, que é uma história sobre jovens "tipicamente" curitibana, que tem como protagonistas alunos do Colégio Estadual do Paraná, "que andam de skate pela canaleta do Expresso da Avenida João Gualberto" e vivem intensamente uma rotina que Muritiba aprendeu a compreender.
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